Notícia publicada no último domingo, 28, quase escondida num cantinho de página do CB, me deixou assustado. Eis o texto, na íntegra: “A dona de casa Maria Ivone Rodrigues Leme, de 70 anos, fraturou a perna em uma queda, em Bariri, interior de São Paulo, e teve o membro enfaixado sobre a calça comprida e o tênis que usava ao receber atendimento médico na Santa Casa local. Dispensada após o procedimento, ela ficou dois dias sem poder tomar banho, trocar de roupa e foi obrigada a dormir de tênis. O caso foi parar nas redes sociais e repercutiu na cidade. O hospital reconheceu que houve erro e afastou o médico, temporariamente”.
Esse fato jocoso vem confirmar a manchete da semana anterior da revista Super Interessante: “A medicina está doente”. Aliás, continua doente, basta constatar a realidade aqui em Brasília, capital federal, onde as pessoas estão morrendo nos corredores dos pronto-socorros(?) locais por falta de remédios e atendimento médico.
Francamente, após a leitura das seis páginas de denúncias comprovadas na reportagem do hebdomadário da Editora Abril, a gente fica (em óbito antecipado) morrendo de medo de recorrer aos “melhores” hospitais locais, mesmo com bastante dinheiro no bolso (minoria absoluta) ou com os cartões dos planos conveniados de saúde – aos quais o chamado povão não tem acesso; e estes cartõezinhos de plástico nem sempre são aceitos pelas casas de saúde e clínicas que comercializam nossa saúde, em detrimento da lei.
Para agravar, segundo a diretora da Sociedade Paulista de Infectologia, Thaís Guimarães, no Brasil mais de 50% de enfermeiros e médicos não lavam as mãos durante o trabalho nos hospitais. Poderiam ser chamados de porcalhões. E um estudo provou que a má higienização eleva as taxas de infecção hospitalar, quase sempre levando a vítima à morte. Mas há outras ziquiziras que a pesquisa comprova: 30% das cirurgias são absolutamente desnecessárias, principalmente em áreas como ortopedia e cardiologia. E idem em relação às receitas de remédios (geralmente a preços altíssimos), simplesmente porque os médicos recebem gordas propinas dos respectivos laboratórios.
Diante desse quadro dantesco, caro leitor, responda sinceramente: dá medo de ficar doente ou não dá?
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