Apareceu, como sempre na Internet, um vídeo apresentando um descarte de frutas e legumes numa rodovia qualquer do Brasil. A narração dizia que o argumento utilizado para o bota-fora seria parte de uma manobra para que o preço desses produtos não caísse no mercado, altos do jeito que estão.
Talvez pela repercussão do vídeo, logo depois a mídia informou que a peça utilizada mostrava imagens antigas. E que, provavelmente, o vídeo teria sido produzido com o intuito de arrumar pretexto para a denúncia que faziam seus autores.
Isto é: não passava de uma manobra dos denunciantes para fazer contraste entre as mesas sem comida com a exuberância de frutas e legumes deixadas nos acostamentos das estradas.
Só pra lembrar: houve um período na história em que o presidente Getúlio Vargas (época do Estado Novo) mandou queimar toneladas e toneladas da rubiácea (!) para evitar o caos na balança comercial.
A decisão, acreditavam os burocratas, evitaria que a economia brasileira tivesse o mesmo destino catastrófico da Grande Depressão da Bolsa novaiorquina. Mas essa é outra história.
O que acontece é que hoje não existem razões humanitárias nem jogo nem a salvação da pátria. E o que sobra disso tudo é a pergunta (a tal que não quer calar): se o vídeo é antigo, a ação de jogar fora comida nas estradas também só aconteceu no passado?
Como diz o ditado, perguntar não ofende. Algumas vezes, o que ofende é a resposta.