Você pensa que é gente porque nasceu numa família que julga importante? Se for só por isto, você não é nada. Segundo o filósofo francês Sartre, “você é apenas um projeto” que pode tornar-se ou não. A maioria não se torna. “Tem gente que é tão pobre que só tem dinheiro”, dizia Chico Xavier.
Pessoas da elite da Terra, que se julgam superiores, no Além, em geral, não passam de mendigos, sem nada de bom para mostrar de útil em benefício da coletividade, mercê do muito que receberam. Algumas, reconhecendo sua condição miserável, sem culpar os outros, procuram logo ser úteis. Outras, iludidas, permanecem longo tempo na ilusão de superioridade.
O sentimento de dignidade alegra, rejuvenesce e embeleza. O sentimento de indignidade enfeia, envelhece, deforma e deprime. “Nas crises, mude, nem que seja os móveis de lugar”, ensinava Padre Cícero. André Luís dizia: “O dever bem cumprido é excelente travesseiro para a noite”.
Tudo é atração para a educação e crescimento da alma, pelo amor ou pela dor. “Temos, em nosso inconsciente, mecanismos que nos movem uns para os outros”, ensinava o psiquiatra Inácio Ferreira. O egoísmo atrai a solidão, a indiferença e desprezo dos outros. A crueldade atrai a dor física ou moral, e o orgulho atrai a humilhação por meio da natureza, dos outros ou pelo próprio corpo.
Já, a caridade, atrai a alegria, a dignidade e o rejuvenescimento da alma. Não importa a família, o corpo, nem a condição social. Todos nascemos dignos e merecedores, mas a maioria se perde por falta de empenho suficiente, ética e solidariedade.
Em mensagem psicografada, uma rainha da França relata que, no Além, muitos dos seus ex-empregados eram superiores a ela, a quem tinha que pedir favor.
Pobres humanos! A vida nada mais é do que uma oportunidade para nos humanizar, crescer, cumprir nosso propósito e deixar o amor florescer. “Tente ver, sem comparação e, então, onde está a superioridade, a inferioridade? E onde está o ego, a fonte de tudo isso? Onde o ego existe, o amor desiste”.
As pessoas, em geral, vivem sem observar, escutar, refletir, cooperar, aprender, viver melhor. Na hora da morte, arrependidas, choram. E, no Além, a maioria apresenta-se como mendigos. “Que fizestes dos talentos que te dei?”, é a pergunta feita na volta para o Além pela própria consciência. Este é o simbolizado da Parábola do Rico e de Lázaro.
Cresça com ética e compartilhe. Não importa se você foi presidente da República ou lixeiro. O que importa é se você foi um agente do bem ou não. Como dizia Chico Xavier, “o bem feito, de coração, é seu advogado em toda parte”.