A PEC do Teto dos gastos públicos é um bom e cintilante recado para os bancos, credores e especuladores que ganham com a combalida economia nacional. Para eles, isso significa que antes de pensar em pagar as despesas sociais – saúde, educação, transporte, segurança, etc – os credores terão garantidos o seu quinhão.
De cada R$ 100 gastos pelo governo, mais de R$ 45 são para pagar a dívida pública. Educação e Saúde, juntas, ficam com R$ 7,71. Em 2014, segundo a auditora Maria Luiza Fatorelli, presidente da ONG Auditoria Cidadão, foram R$ 978 bilhões destinados, em sua imensa maioria, a bancos e outras instituições financeiras.
O valor é 12 vezes superior ao que foi destinado à educação e 11 vezes maior do que os gastos com a saúde no mesmo período. Embora já sendo hiper privilegiados, os credores querem mais garantias. E elas recaem justamente na
redução dos investimentos em atividades sociais de uma sociedade ainda desigual e onde a pobreza se faz presente.
Senadores unidos pelo Teto
Até o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas é contra a Pec do Teto devido aos reflexos negativos que irá gerar nos padrões socioeconômicos do Brasil. Mas os três senadores do Distrito Federal, Cristovam Buarque (PPS), Hélio José (PMDB) e Reguffe (sem partido), fecharam com o pacotão de arrocho do governo Temer e votaram favoravelmente à PEC do Teto.
Ela limita o crescimento do orçamento de gastos do governo à variação da inflação do ano anterior. A aplicação da PEC representa menos dinheiro para áreas sociais, tais como Saúde, Educação e Segurança, justamente aquelas nas quais o DF vem sofrendo mais.
Reguffe tenta se diferenciar dos demais e diz que na apreciação do destaque que excluía do congelamento as despesas com Educação e Saúde, votou pela exclusão, e que se seus colegas de bancada tivessem feito o mesmo, esses dois setores teriam ficado imunes ao arrocho. Na verdade, seria necessário ainda mais um voto, que poderia ter vindo, quem sabe do PDT.