Além da referência de serem corruptos por vocação, os parlamentares do Brasil são campeões invictos de gastanças, além das inúmeras mordomias, a exemplo de residência oficial, polpudas verbas para gastos pessoais, plano de saúde fabuloso com despesas pagas em cirurgias até mesmo no exterior, carro de luxo com motorista e contratação de assessores às dezenas. Neste último item, o campeão local é o senador brasiliense Hélio José, com 91 funcionários lotados em seus gabinetes.
Filiado seguidamente a nada menos de cinco partidos, desde que se elegeu como suplente do atual governador do DF, Rodrigo Rollemberg, em 2010, HJ começou no PT e, de galho em galho, pulou para o PSD, migrou para o PMB, transferiu-se para o PMDB e agora optou pelo Pros. Quanto ao próximo, só ele e Deus sabem!
Diga-se de passagem, Hélio José não é o único que goza do privilégio da escolha dos assessores ao bel prazer. Dois outros parlamentares ocupam o segundo e terceiro lugares no ranking: o senador Fernando Collor (PTC-AL), com 81 assessores; e o senador João Alberto de Souza (PMDB-MA), com 79.
E por serem de outros estados, estes dois últimos têm direito a contratar equipes de funcionários em suas respectivas bases, num total não divulgado e que aumenta sobremaneira suas folhas de pagamentos para bilhões de reais, com a soma do total de 81 senadores.
Mas para que não dê a impressão de que minha intenção é perseguir os parlamentares nacionais, relaciono neste parágrafo três deles merecem elogios: o senador brasiliense José Antônio Reguffe (sem partido), com 9 assessores; o senador Lasier Martins (PDT-RS), com 19; e o senador Tasso Jereissati (PSD-CE), com 20. Por mera coincidência, para orgulho da classe de nosotros, os dois primeiros são jornalistas.
Além do custo estratosférico com o Parlamento nacional, a tendência é aumentar ainda mais, com o aparecimento de novas siglas partidárias, que hoje já somam 35. Nesse autêntico \”Samba do crioulo doido\”, como diria Stanislaw Ponte Preta, personagem do saudoso cronista carioca Sérgio Porto, o eleitor brasileiro fica baratinado, sem saber realmente em quem votar.
A alternativa é adivinhar, ação que está inclusa no jogo de azar, que, aliás, é proibido. E vai preso se não der propina pra polícia, porque corrupção no Brasil é bem cultural.