Dois médicos foram alvo de condução coercitiva na manhã desta terça-feira (20), suspeitos de liberar remédios da rede pública, sem consulta, na campanha política do Distrito Federal em 2014. A condução coercitiva ocorre quando o suspeito é levado a depor.
Os alvos desta terça foram identificados como Marcus Antônio Costa e Felix Javier Leon Molinet. O G1 não conseguiu contato com a defesa dos médicos. Esta é a segunda fase da operação \”Trackcare\”, do Ministério Público e da Polícia Civil do DF, que apura um esquema de falsificação de atestados médicos e de receitas na Secretaria de Saúde.
Segundo a 4ª Promotoria de Defesa da Saúde, Felix Javier Leon Molinet, de São Sebastião, dava receitas para moradores da região retirarem remédios da rede na última campanha eleitoral. O objetivo, de acordo com os investigadores, era beneficiar Marcus Antonio Costa, que concorria ao cargo de deputado distrital. Ele acabou não se elegendo.
Os dois são investigados pelos crimes de peculato (uso do cargo público para ganhar dinheiro), falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistemas de informações e associação criminosa.
Esta segunda fase foi motivada após os investigadores apreenderem com uma enfermeira alvo da primeira ação uma grande quantidade de receituários médicos em brancos, mas já assinados por Felix Javier Leon Molinet, quando ambos trabalhavam no Centro de Saúde nº 1 de São Sebastião. As informações também apontam que Daniella e Felix Javier trabalharam para o médico Marcus Costa naquele ano.
Relembre a 1ª fase
Em 8 de dezembro, um auxiliar de enfermagem e uma enfermeira da Secretaria de Saúde foram conduzidos coercitivamente, suspeitos de falsificar atestados médicos e receitas de remédios. As buscas ocorreram no Centro de Saúde 3 do Guará II (onde trabalham) e nas casas deles, no Cruzeiro e Sudoeste. Documentos como folhas de ponto e atestados foram apreendidos.
De acordo com os investigadores, a dupla usava os atestados médicos falsificados para abonar suas faltas e se apropriava de remédios que deveriam ser distribuídos para população. Os suspeitos usavam carimbos de médicos da secretaria para falsificar atestados e as receitas de medicamentos. Eles foram identificados como o auxiliar de enfermagem Marcelo Mendes Cereja e a enfermeira Daniella Moaiana de Toledo. A defesa dos dois não foi localizada.
Segundo as investigações, que partiram de denúncias anônimas, entre janeiro e agosto de 2016, Marcelo Cereja apresentou 16 atestados médicos e teve 47 incidências duvidosas de abonamento em sua folha de ponto. Em outubro, Cereja ganhou salário líquido de R$ 5,12 mil. Já Daniella, R$ 10,2 mil.
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