O novo Plano de Negócios e Gestão 2017-2021 da Petrobras, anunciado hoje (20), prevê a retirada integral da empresa dos setores de produção de biocombustíveis, distribuição de GLP (gás de cozinha), produção de fertilizante e das participações da estatal na petroquímica para, segundo a empresa, “preservar competências tecnológicas em áreas com maior potencial de desenvolvimento”.
O novo plano foi aprovado ontem (19) pelo Conselho de Administração da companhia e prevê investimentos de US$ 74,1 bilhões. O volume é 25% menor que o previsto no plano anterior para o período 2015-2019, que foi revisado em janeiro deste ano e que previa investimentos de US$ 98,4 bilhões.
Do total a ser investido, 82% serão destinados à área de Exploração e Produção e 17% à área de Refino e Gás Natural. Outras áreas da companhia responderão por apenas 1% dos investimentos previstos.
Segundo a empresa, apesar do corte nos investimentos a meta de produção no Brasil de óleo e gás natural foi fixada em 2,8 milhões de barris por dia para 2021, considerando a entrada em operação de 19 sistemas de produção no período de 2010 a 2021.
Para Pedro Parente, presidente da estatal, a saída da empresa do setor de biocombustíveis implicará na venda dos ativos de posse da empresa. Ele, no entanto, explicou a decisão da companhia. “Claramente não somos os melhores operadores deste tipo de produto. O etanol, por exemplo, é um produto basicamente agrícola e certamente não é a nossa especialidade e a gente tem que ter humildade de reconhecer que tem gente que faz isto melhor do que nós”.
Desinvestimento – Como está excessivamente endividada, a Petrobras vai ampliar seu Plano de Desinvestimento, que nos próximos dois anos deve somar US$ 19,5 bilhões. No plano anterior, era da ordem de US$ 15,1 bilhões. Esse resultado deve ser atingido com parcerias estratégicas na área de Exploração e Produção, além de Refino, Transporte, Logística, Distribuição e Comercialização. Na avaliação da empresa é melhor compartilhar riscos e desonerar investimentos.
A Petrobras espera que a partir do programa de parcerias e desinvestimentos possa alavancar investimentos adicionais que podem superar US$ 40 bilhões nos próximos dez anos. “Toda vez que nós fizermos uma parceria ou desinvestimentos será oferecido aos empregados um plano de demissões voluntárias. O número de demissões dependerá de cada transação”, disse Parente.