Daqui a pouco mais nenhum clube vai querer ser campeão brasileiro. Depois da saída de Ricardo Goulart, um dos destaques do Cruzeiro bicampeão nacional em 2014, o Corinthians vê o seu time campeão do ano passado começar a ser desmontado pelo avanço do dragão chinês com suas propostas irrecusáveis.
Depois do meia Jádson, que já se despediu da torcida para assinar com o Tianjin Quanjian, da segunda divisão chinesa, o meia Renato Augusto confirmou nesta quarta-feira que trocará o clube paulista pelo Beijing Guoan. Melhor jogador do Brasileirão-2015, Renato receberá R$ 2 milhões por mês no clube.
O clube ainda pode perder o volante Ralf, também para o Beijing Guoan, e o zagueiro Gil, que entrou na mira do Shandong Luneng.
A China virou o novo eldorado para os jogadores brasileiros. Com uma liga que está investindo pesadamente para crescer, o país se transformou no que era o chamado \”mundo árabe\” ou o futebol japonês na década de 90.
Já contando com Renato Augusto, o futebol chinês já tem 25 jogadores atuando nas duas principais divisões. Vinte deles estão na elite. O país também tem entre os seus treinadores os dois últimos técnicos da seleção brasileira: Mano Menezes e Felipão. Além de Vanderlei Luxemburgo, que comandou o Brasil entre 1998 e 2000.
O time que mais tem brasileiros é o Guangzhou Evergrande, atual pentacampeão da Superliga Chinesa. A equipe comandada por Felipão conta com Ricardo Goulart, os ex-jogadores da seleção Paulinho e Robinho, além dos atacantes Alan, ex-Fluminense, e Elkeson, ex-Botafogo.
Média de público dobrou
O futebol profissional da China existe há pouco mais de 20 anos. Em 1994, foi fundada a Jia-A League, primeira competição organizada do país. O torneio durou até 2004, quando nasceu a Superliga Chinesa.
O projeto de criação da Superliga começou em 2000, quando Yan Shiduo, vice-presidente da Federação Chinesa de Futebol começou as conversações para a fundação de uma nova liga profissional com critérios mais rígidos de administração e um programa de formação de atletas. Com ela, também foi criada uma segunda divisão. O objetivo era fortalecer o futebol do país cheio de clubes com problemas financeiros e com a credibilidade afetada depois de um escândalo de corrupção e jogos arranjados no fim da década de 90.
A Liga que começou com 12 clubes foi expandida para 16 em 2006. Em 2011, ela começou o ataque ao futebol brasileiro com a contratação de Dario Conca, melhor jogador do Fluminense campeão brasileiro no ano anterior. A partir daí a invasão estrangeira só cresceu com a contratação de jogadores e técnicos. Junto com ela, aumentou o interesse do público. A média de público em 2004, que era de 10,8 mil pagantes, dobrou nos últimos 11 anos. Na temporada passada, a média de público foi de 22,1 mil pagantes. Cinco mil a mais do que a média de público do Brasileirão do ano passado.
A China ainda está longe de ter a qualidade e o prestígio das grandes ligas do planeta, mas o seu ataque ao futebol brasileiro tem feito os clubes perderem o sono a cada início de temporada.
Brasileiros na China
SUPERLIGA CHINESA:
Guangzhou Evergrande Taobao FC – Alan, Paulinho, Elkeson, Ricardo Goulart, Robinho e o técnico Felipão
Shanghai SIPG – O meia Davi
Shandong Luneng – Jucilei, Júnior Urso, Diego Tardelli, Aloisio e o técnico Mano Menezes
Beijing Guoan – O atacante Kléber e o meia Renato Augusto
Henan Jianye – o meia Ivo
Chongqing Lifan – o atacante Fernandinho
Jiangsu Sainty – o zagueiro Eleílson
Hangzhou Greentown – o atacante Anselmo Ramon
Tianjin Teda – o zagueiro Lucas Fonseca e o meia Wagner
Guangzhou R&F – o meia Renatinho
Hebei Zhongji F.C. – o atacante Edu
SEGUNDA DIVISÃO:
Nei Mongol Zhongyou F.C. – O atacante Dori
Xinjiang Tianshan Leopard F.C. – O atacante Vicente
Tianjin Quanjian F.C. – Luís Fabiano, Jadson e o técnico Vanderlei Luxemburgo
Meizhou Kejia F.C. – O atacante Japa
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