Justificando o axioma de que “a poesia é necessária”, basta ler os versos ou ouvir o samba-canção Mutirão de Amor do cantor Zeca Pagodinho, o filósofo suburbano carioca que já nos brindou anteriormente com o “deixa a vida me levar…” Quanto ao conteúdo da mensagem poética mencionada acima, sem dúvida alguma que chega em momento oportuno, para atenuar o nosso desencanto diante de tanta violência, de tantas ações de tarados contra crianças e de tantos atos de corrupção e antipatriotismo de políticos num país “iluminado ao sol do novo mundo”, como o Brasil.
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Essa constatação, que se repete com indesejável frequência, dá vontade, às vezes, de nos mudar, em favor dos nossos netos, para usufruir o padrão de vida social e moral de outros lugares, como Nova Zelândia, Suécia, Noruega, Canadá e (quem sabe?) talvez até apelar para a alternativa surrealista, indo embora para a Pasárgada, de Manuel Bandeira, ou para o asteróide B 612, onde habita o Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint Exupéry.
Eis a sugestiva letra desse sucesso da MPB (*), que divido em três parágrafos bastante sugestivos:
“Cada um de nós deve saber se impor / E até lutar em prol do bem-estar geral / Afastar da mente todo mal-pensar / Saber se respeitar / Se unir pra se encontrar…
Por isso, vim propor / Um mutirão de amor / Pra que as barreiras se desfaçam na poeira / E seja o fim / O fim do mal pela raiz / Nascendo o bem que eu sempre quis / É o que convém pra gente ser feliz…
Cantar sempre que for possível / Não ligar para os malvados / Perdoar os pecados / Saber que nem tudo está perdido / Se manter respeitado / Pra poder ser amado!”
É isso, amigos leitores! Vamos aceitar a proposta e concretizar o sugerido mutirão, unindo-nos para nos encontrar e nos tornarmos suficientemente fortes para transpor (e vencer) as barreiras. E por falar em poesia, a alma de Castro Alves deve estar sofrendo no Oriente Eterno, devido ao fechamento de inúmeras livrarias no Rio de Janeiro, incluindo a Eldorado, e aqui em Brasília -, justamente ele que exaltou a ação dos escribas literários:
“Oh! Bendito o que semeia / Livros, livros à mão cheia / E manda o povo pensar / O livro caindo na alma / É germe que faz a palma / É chuva que faz o mar!”
(*) Versos de Zeca Pagodinho e Jorge Aragão.
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