Tersandro Vilela (*)
A digitalização crescente tem ampliado a preocupação com a proteção de dados pessoais. Os danos em caso de vazamentos de informações na dark web — um espaço da internet acessível apenas por navegadores específicos, onde práticas ilícitas proliferam — podem ser severos, desde fraudes financeiras até roubo de identidade. Mas, como agir caso isto ocorra?
O primeiro passo é identificar quais informações foram expostas. Ferramenta como o Registrato, do Banco Central, que oferece consultas gratuitas para identificar contas bancárias, dívidas e chaves PIX vinculadas ao CPF, ajuda a detectar movimentações suspeitas.
Já o Serasa disponibiliza um serviço que possibilita verificar dívidas negativadas, protestos, cheques sem fundo e ações judiciais, auxiliando na identificação de atividades relacionadas ao uso indevido de informações. Se o vazamento envolver dados financeiros, é recomendável bloquear cartões, informar o banco e monitorar transações regularmente.
Além disso, ativar serviços de monitoramento de crédito pode ajudar a prevenir fraudes. Outra medida essencial é registrar um boletim de ocorrência, especialmente em casos de fraude comprovada. Também é possível acionar a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que pode investigar incidentes e adotar medidas cabíveis.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública tem adotado iniciativas para enfrentar crimes cibernéticos. Entre elas, está o desenvolvimento de uma tecnologia para monitorar atividades na dark web, com investimento de R$ 14,3 milhões. O sistema, coordenado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), será aplicado no Laboratório de Crimes Cibernéticos e permitirá monitoramento em tempo real de atividades suspeitas, com o objetivo de identificar criminosos que utilizam a rede para práticas como tráfico de drogas, de armas e de pessoas.
A implementação dessa tecnologia busca ampliar a capacidade de investigação do Estado em ambientes digitais e combater facções criminosas que operam na dark web. Paralelamente, reforça-se a importância de que usuários adotem boas práticas digitais, como atualizar dispositivos, evitar links suspeitos e reduzir a exposição de informações pessoais em plataformas online.
Essas ações contribuem para minimizar riscos e fortalecer a proteção de dados.
(*) Jornalista pós-graduado em Filosofia e especialista em
Liderança: gestão, resultados e engajamento