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O BRICS desfigurado será um G77 renovado

  • Júlio Miragaya
  • 29/10/2024
  • 09:00

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Chega a ser risível a cobertura que a mídia burguesa (brasileira e mundial) faz da reunião dos chefes de estado dos países integrantes (e postulantes) do BRICS em Kazan, na Rússia. Ela é apresentada como uma aliança antiocidental; uma articulação de regimes autocráticos ou uma reunião para respaldar Putin.

Omitem que a constituição do BRICS ocorreu em 2006, num contexto no qual países com vasta extensão territorial, grande contingente populacional e economia emergente (China, Índia, Rússia e Brasil), os chamados “países-baleia” buscaram uma aproximação e uma articulação para defender seus interesses, visto suas sub-representações nos fóruns internacionais.

Além de dar as cartas nesses fóruns (FMI, Banco Mundial, OMC, UNCTAD etc), as potências ocidentais sempre tiveram seus fóruns próprios. No plano econômico, Alemanha e França capitanearam a formação da União Europeia; e os EUA, em seu “quintal”, após a fracassada Aliança para o Progresso, tentaram formar a ALCA, mas tiveram que se contentar com o NAFTA.

No plano militar, formaram a OTAN e blocos como o AUKUS (EUA, Grã-Bretanha e Austrália) e o QUAD (EUA, Japão, Austrália e a incauta Índia), ambos para fustigar a China. Mas o “pulo do gato” se deu em 1976, três décadas após o fim da 2ª Guerra Mundial, com a constituição do G-7, agrupando as quatro potências capitalistas vencedoras (EUA, Grã-Bretanha, França e Canadá) e as três potências perdedoras (Alemanha, Japão e Itália). O objetivo era consolidar o domínio das grandes potências capitalistas.

Já o restante do planeta se achava desarticulado. Os países do socialismo burocrático estavam agrupados no frágil COMECON e no Pacto de Varsóvia, e os demais, os do chamado “Terceiro Mundo”, agrupados num blocão heterogêneo constituído em 1964 por 77 países (hoje são 134), compreendendo as nações subdesenvolvidas e periféricas da Ásia, África e América Latina, mas que nunca obteve expressão política relevante.

Buscando maior expressão política, os “países-baleia” constituíram o BRIC, que teve a posterior absorção da menorzinha África do Sul. Logo se percebeu a força política do grupo, que representava 30% da superfície terrestre, 40% de sua população e 30% de sua economia (PIB/PPC).

A reação das potências ocidentais foi o convite para que dez países emergentes (os 5 do BRICS mais Indonésia, México, Turquia, Arábia Saudita e Argentina), além da Austrália, Coreia do Sul e UE se juntassem ao G-7 e formassem o G-20, proposta consolidada em 2008. Mas o G7 continua existindo e a participação articulada dos países do BRICS no interior do G20 se torna imprescindível.

O problema é que o BRICS parece estar perdendo identidade, perdendo o foco. Em 2023 houve a decisão acertada de ampliar o bloco com a incorporação de países de um 2º escalão, países com PIB, população e extensão territorial expressivos. Foi então aceito o ingresso do Irã, Egito, Arábia Saudita, Etiópia, mas fora desse critério, dos Emirados Árabes Unidos (EAU). Mas, na atual incorporação de outros 13 países (mesmo como membros não-plenos), o critério foi literalmente para o beleléu.

Não obstante ter sido mais que apropriada a incorporação de quatro importantes países do Sudeste Asiático (Indonésia, Tailândia, Vietnã e Malásia), assim como da Turquia e dos africanos Nigéria e Argélia, foi uma verdadeira “bola fora” a admissão do Cazaquistão, Uzbequistão e Bielo-Rússia, todos da órbita russa; dos dois pequenos países latino-americanos (Bolívia e Cuba) e de Uganda.

Nessa toada, perde-se o propósito e teremos um G77 renovado. Ao contrário desses seis últimos países citados, há outros sete países que se enquadrariam no critério inicialmente proposto e que justificariam sua admissão: os latino-americanos México, Colômbia e Argentina (o fascista Milei se recusou a ingressar); os asiáticos Paquistão, Filipinas e Bangladesh e o africano Congo.

Mas, se não há mais critérios a serem seguidos, deve-se frisar que o governo e a diplomacia brasileiros “pisaram na bola” ao vetarem o ingresso da Venezuela como país-parceiro do BRICS. Vetar por não ter relevância não procede, pois Bolívia e Cuba têm menos ainda; por não realizar eleições transparentes, tampouco, pois com tal restrição no bloco não ingressaria o Egito, que realiza eleições para lá de fraudulentas, e a Arábia Saudita e os EAU, que sequer as realizam.

Vetar pelas provocações do “bufão” Maduro a Lula também não procede, pois nesses casos devem imperar razões de Estado, e não pessoais. Mas ainda pior seria imaginar que o veto tenha sido uma concessão ao imperialismo norte-americano a às potências ocidentais, que defendem a posse de González (o Guaidó da vez) ou uma concessão à direita brasileira e à grande mídia para ficar melhor na fita. Noves fora, que o BRICS volte a seu projeto inicial.

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Júlio Miragaya

Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

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