Na segunda-feira, 7 de outubro, completa-se um ano do injustificável ataque contra israelenses promovido pelo Hamas, que resultou na morte de 840 civis, 300 militares israelenses e 200 militantes do Hamas, além do sequestro de outras 220 pessoas. A partir de então, o que se viu foi uma escalada do conflito entre Israel e palestinos, envolvendo também alguns países vizinhos.
Netanyahu, os EUA e a grande mídia alegam que tudo começou em 7 de outubro, provocado pelo Hamas. Mas isto não passa de uma descarada mentira. A bem da verdade, tudo começou em 1948, com a injustificada divisão da Palestina, até então possessão britânica, para ser criado o Estado de Israel.
Desde então, os palestinos foram sendo expulsos de suas terras e de seus lares, seu território foi minguando e o pouco que restou ficou sob controle dos militares israelenses. De lá para cá, foram dezenas de milhares de mortos.
Para ficar nas matanças mais recentes, a 1ª Intifada (revolta de jovens palestinos), de dezembro/1987 a setembro/1993, resultou na morte de 1.962 palestinos e 277 israelenses (175 militares e 102 civis). De setembro/2000 a fevereiro/2005, ocorreu a 2ª Intifada, quando foram mortos 3.860 palestinos e 945 israelenses (300 militares e 645 civis).
Em dezembro/2008 e janeiro/2009, na Operação “Chumbo Fundido”, foram mortos, em Gaza, 1.550 palestinos (650 militantes e 900 civis) e 13 militares israelenses. Em julho/agosto de 2014, na Operação “Margem Protetora”, morreram em Gaza 2.310 palestinos (760 militantes e 1.550 civis) e 73 israelenses (67 militares e 6 civis). De 2015 a setembro de 2023, num “punhadinho” a cada ano, foram mortos 1.432 palestinos e 136 israelenses.
Definitivamente não se pode falar de que tudo começou em 7 de outubro de 2023. O fato é que o ataque do Hamas caiu como uma luva para Netanyahu, pois foi o pretexto para uma desproporcional retaliação de Israel, bombardeando de forma indiscriminada a densamente povoada Faixa de Gaza, que resultou na morte de 51.870 palestinos (sendo 35.470 crianças, mulheres e idosos, quase 70%) e outros 750 na Cisjordânia. Número que pode ser muito maior.
Segundo a revista científica britânica The Lancet, os mortos seriam 186 mil, alegando ter havido subcontagem dos que ficaram sob os escombros e que não foram computados os que morreram por doenças, por inanição e por ferimentos não tratados por falta de medicamentos.
Netanyahu busca sua sobrevida política. Encerrada a guerra, ocorrerão eleições em Israel e todas as pesquisas indicam a derrota do Likud e de seus aliados ortodoxos. Fora do governo, Netanyahu será julgado em 3 processos por corrupção, por ataques às instituições israelenses e por crimes de guerra. Certamente será preso.
É esta a razão de buscar estender a guerra, bombardeando alvos em países vizinhos, como a Síria, Iraque, Irã (Teerã), Yemen e agora invadindo por terra o Líbano, provocando a morte de 600 militantes do Hezbollah e de 1.550 civis.
Outra mentira plantada pela grande mídia é que o Hezbollah não passa de mais um grupo terrorista islâmico. Certamente ele tem seu forte braço militar, mas é também um partido político que representa os 30% da população libanesa que professam o islamismo xiita e que, junto com aliados sunitas (28%), drusos (6%) e cristãos ortodoxos armênios (4%), possui maioria no parlamento libanês.
É verdade que o ataque em 7 de outubro foi um ato bárbaro promovido pelo Hamas, mas a barbárie vem sendo praticada pelo Estado de Israel há 76 anos e está acontecendo neste exato momento. Há um só caminho: parar Netanyahu, implantar o cessar-fogo e criar o Estado Palestino, com a retirada israelense dos territórios ilegalmente ocupados.
Em 2026 deve piorar – As eleições municipais de 6/10nos apresentaram um quadro peculiar. Os dois maiores partidos (PT e PL), que em 2022 protagonizaram uma acirrada disputa pela presidência da República e elegeram as maiores bancadas para a Câmara dos Deputados, apareceram como partidos secundários no pleito municipal.
Os protagonistas foram os cinco grandes partidos de centro-direita que formam o “Centrão Raiz” (PP, UB e REP) e o “Centrão do B” (PSD e MDB), que têm, em conjunto, 47% dos deputados federais e que elegeram 3.500 prefeitos (61,4% do total de 5.569) e 31.600 vereadores (54,5% de 58.000).
O PL elegeu 510 prefeitos e 4.900 vereadores e o PT, 248 prefeitos e 3.100 vereadores. Juntos têm 31% das cadeiras da Câmara Federal, mas elegeram apenas 13% dos prefeitos e 14% dos vereadores.
Qual a razão desse desempenho do Centrão? Notadamente, a dinheirama oriunda das emendas parlamentares. Deputados e senadores com muito dinheiro para apadrinhar obras públicas elegem mais prefeitos e vereadores. E partidos com muitos prefeitos e vereadores elegem mais deputados (federais e estaduais), senadores e governadores.
É o que nos reserva 2026. Vem chumbo grosso por aí!