Ir para o conteúdo
Facebook X-twitter Instagram
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
  • Entorno
  • Pelaí
  • Versão impressa
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
  • Entorno
  • Pelaí
  • Versão impressa
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
  • Entorno
  • Pelaí
  • Versão impressa
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
  • Entorno
  • Pelaí
  • Versão impressa

Agronegócio, Brasil, colaboradores

O “ogronegócio” versus modelo chinês

  • Júlio Miragaya
  • 05/03/2024
  • 11:00

Compartilhe:

Foto:Reprodução

Vários segmentos da sociedade recorrem à prática nazista de que “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. E a turma do “ogronegócio” é useira e vezeira no seu uso. Enaltecem a pujança do agronegócio no Brasil, mas se compararmos o modelo brasileiro, baseado no latifúndio voltado para monoculturas, com o chinês, baseado na pequena e média propriedade com produção diversificada, veremos outro cenário.

No Brasil, apenas a soja, o milho e a cana ocupam 80% da área cultivada e estão voltadas para a exportação e/ou consumo animal. Na China, as três principais culturas (arroz, trigo e milho) ocupam 45% da área cultivada e estão voltadas para o mercado interno e essencialmente para a alimentação humana. Os produtos agrícolas representam 49% das exportações do Brasil e apenas 2,9% das exportações chinesas. Lá, a produção visa não o lucro, mas o suprimento de sua população.

Ao destinar menor percentual da área agricultável à produção de grãos, a China obtém uma produção agrícola infinitamente mais diversificada que a brasileira, gerando uma produção de frutas, legumes, tubérculos e hortaliças muito superior, e, consequentemente, uma alimentação mais saudável para seu povo. Alguns dirão que é de se esperar uma produção maior na China, cuja população é 7 vezes maior que a brasileira. Sim, mas a produção da quase totalidade dos produtos supera amplamente a razão 7/1.

De acordo com dados da FAO/ONU (2021), a produção chinesa de tomate é 18 vezes superior à brasileira (70 milhões t x 3,8 milhões); a de cenoura é 40 vezes maior (19 milhões x 480 mil); a de batata-doce é 45 vezes (38,5 milhões x 850 mil); a de batata é 24 vezes (96 milhões x 4 milhões); a de repolho é 77 vezes maior (36 milhões x 470 mil); a de pepino é 390 vezes (78 milhões x 200 mil) e a de beringela (38,5 milhões x 50 mil) e a espinafre (31 milhões x 40 mil) são 770 vezes maior.

A disparidade ocorre também na produção de frutas. A China produz 28 vezes mais melancia que o Brasil (61 milhões t x 2,2 milhões); 37 vezes mais maçã (48 milhões x 1,3 milhão); 81 vezes mais pêssego (17 milhões x 210 mil) e 1.000 vezes mais pera (20 milhões x 20 mil). Isso significa, por parte dos chineses, um consumo per capita de legumes, tubérculos, hortaliças e frutas muitas vezes superior ao dos brasileiros. Por exemplo: cenoura (13,5 kg/ano x 2,3 kg/ano); pêssego (12 kg/ano x 1 kg/ano); espinafre (22 kg/ano x 195 g/ano), 

Infelizmente no Brasil temos a grande mídia batendo na tecla de que o agro é pop, é isso e aquilo. E conta com a ajuda de muitos pesquisadores dedicados a enaltecer o modelo do “ogronegócio” brasileiro, como Evaristo de Miranda, da Embrapa Territorial, um desses intelectuais a serviço do “ogro”, que no artigo “Áreas cultivadas no Brasil e no mundo” (Agroanalysis, fevereiro de 2018), disse: “Os agricultores brasileiros cultivam apenas 7,6% do seu país (64 milhões de hectares), com muita tecnologia tropical e profissionalismo. E isso já faz dele uma potência mundial do agronegócio”.

Goebbels não faria melhor! O pesquisador, deliberadamente, exclui dessa conta as áreas destinadas à pecuária bovina e à produção de madeira para celulose. Se considerada a área destinada à agricultura, pecuária e silvicultura no Brasil, não são 64 milhões de hectares, mas 282 milhões, mais de 4 vezes mais. Não são 7,6%, mas 33,1% do território nacional.

Após exaltar o Brasil como um dos países que mais protegem, preservam e conservam sua vegetação nativa e dizer que “o País é e será cada vez mais reconhecido como uma potência agrícola e ambiental”, Miranda omite que o “ogro” é o responsável pelo elevado índice de desmatamento nos biomas Amazônico e Cerrado, pelo assoreamento dos rios e pelas queimadas.

E ignora que se trata de um setor que praticamente não recolhe tributos. Segundo Nota Técnica do Observatório de Política Fiscal/FGV, dos R$ 147 bilhões de renda proveniente da atividade rural em 2022, mais de 2/3 foi isenta de tributação (R$ 101 bilhões), e nada menos do que 42% desse montante foi parar no bolso do milésimo mais rico da população.

Ah, sim! Eles estão entre os principais financiadores da tentativa de golpe no 8 de janeiro!

Compartilhe essa notícia:

Picture of Júlio Miragaya

Júlio Miragaya

Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

Colunas

Orlando Pontes

Geraldo Azevedo leva 5 mil pessoas a Olhos d’Água

Caroline Romeiro

Cuidado com as bebidas “zero açúcar”

José Matos

Anjos e demônios

Júlio Miragaya

A verdade sobre taxas de inflação e de juros no Brasil

Tesandro Vilela

Projeto de governança de IA vai ao Congresso

Júlio Pontes

Ibaneis quer se livrar do “lixo” Centrad

Últimas Notícias

Ibaneis quer se livrar do “lixo” Centrad

16 de dezembro de 2025

Quaest: Lula lidera todos os cenários de 2º turno para 2026

16 de dezembro de 2025

Ibaneis reinaugura Praça dos Estados na Candangolândia

16 de dezembro de 2025

Bosque da Vida eterniza memória de vítimas de feminicídio

16 de dezembro de 2025

Newsletter

Siga-nos

Facebook X-twitter Instagram

Sobre

  • Anuncie Aqui
  • Fale Conosco
  • Politica de Privacidade
  • Versão impressa
  • Expediente
  • Anuncie Aqui
  • Fale Conosco
  • Politica de Privacidade
  • Versão impressa
  • Expediente

Blogs

  • TV BSB Notícias
  • Pelaí
  • Nutrição
  • Chico Sant’Anna
  • Espiritualidade
  • TV BSB Notícias
  • Pelaí
  • Nutrição
  • Chico Sant’Anna
  • Espiritualidade

Colunas

  • Geral
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
  • Geral
  • Política
  • Cidades
  • Brasil
  • Esporte
Facebook X-twitter Instagram
  • Política de Privacidade
  • Termos de Uso

© Copyright 2011-2025 Brasília Capital Produtora e Editora de Jornais e Revistas LTDA.