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Política

CPI do MST: virar o jogo contra o “ogronegócio”

  • Júlio Miragaya
  • 23/05/2023
  • 07:00

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Foto: José Cruz/ABR

A bancada do boi, juntamente com outros segmentos de direita da Câmara dos Deputados, conseguiu aprovar uma CPI para investigar as atividades do MST no chamado “Abril Vermelho”. O que pretendem com isso? Investigar o que eles chamam de invasões de terras, identificar suas fontes de financiamento e criar uma narrativa para criminalizar o MST.

 O que a mídia intitula “Abril Vermelho” trata-se, na verdade, da “26ª Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária”, sob o lema: “Reforma Agrária contra a fome e a escravidão: por terra, democracia e meio ambiente”. É realizada sempre em abril, mês em que se comemora o Dia Internacional de Luta Camponesa, em memória dos 21 trabalhadores rurais assassinados e 69 mutilados em Eldorado do Carajás.

A luta pela terra travada pelo MST há quase 40 anos resultou na conquista da terra por 450 mil famílias, que, organizadas em cooperativas e associações, e junto a outras centenas de milhares de pequenos agricultores, produzem alimentos saudáveis, preservando o meio ambiente. Mas ainda há cerca de 100 mil famílias acampadas em todo o país aguardando acesso à terra. As ocupações promovidas pelo MST objetivam pressionar o governo a acelerar o assentamento dessas famílias, algumas acampadas há dez anos. E terras ocupadas por latifúndios improdutivos é o que não falta no Brasil.

É uma aberração a tentativa de criminalizar o MST, de atribuir crimes às organizações camponesas. Elas têm sido, há séculos, vítimas da violência do latifúndio. Essas ditas “pessoas de bem” do “ogronegócio” e suas organizações é que deveriam responder pelos crimes cometidos por jagunços e policiais a seu serviço. Como esquecer os massacres de Eldorado de Carajás e Corumbiara e o assassinato de Chico Mendes?

Mas, destaco aqui os crimes praticados no dia a dia e inacreditavelmente tolerados: grilagem de terras públicas; invasão de unidades de conservação; invasão de terras indígenas; uso de trabalho escravo; uso excessivo de agrotóxicos contaminando o ar, o solo e o lençol freático; promoção de incêndios criminosos e desmatamento na Amazônia e Cerrado; destruição de matas ciliares e recorrentes calotes de dívidas junto ao Banco do Brasil.

Os ruralistas contra-argumentam que sustentam o saldo positivo da balança comercial brasileira com as exportações de soja, milho, açúcar, carnes, café, algodão e celulose. Mas é precisamente a sanha por exportar (e produzir ração animal) que faz com que a área plantada com soja, milho e cana avance de forma implacável, ocupando atualmente nada menos que 80% de toda a área plantada no País.

Para a produção de alimentos que o povo brasileiro consome (feijão, arroz, mandioca, hortaliças, legumes, banana etc), a área plantada é cada vez menor e mais restrita aos agricultores familiares e médios produtores rurais. Daí advêm dois sacrifícios para o povo nas cidades: de um lado, a cotação em dólar dos produtos exportados gera uma forte alta dos preços de óleo de soja, fubá, açúcar, carnes etc no mercado interno.

De outro, a redução da área cultivada com alimentos básicos resulta na estagnação da produção e consequente elevação de seus preços. E sequer pode se falar em contribuição substantiva na geração de emprego, pois um latifúndio de soja ou gado bovino ocupa não mais que “meia dúzia” de trabalhadores.Virar este jogo não será tarefa fácil, pois jogará contra o poder combinado da classe dominante, da grande mídia, do Congresso Nacional e de amplos setores do Judiciário e até das Forças Armadas.

A lamentar, as críticas ao MST de alguns figurões do governo Lula, buscando apaziguar os ânimos dos ruralistas. O que receberam em troca foi uma acintosa crítica à presença de Stédile na delegação governamental à China, na qual havia dezenas de ruralistas, e o convite a Bolsonaro para a abertura da Agrishow em Ribeirão Preto.

Deveriam saber que em boca fechada não entra mosca.

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Júlio Miragaya

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