O 7 de Setembro registrou manifestações contra o governo em diversas capitais. Foram registrados atos organizados pela Central de Movimentos Populares e movimentos sociais em São Paulo, Recife, Belém, Manaus, Fortaleza, São Luís, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Velho, Boa Vista, Cuiabá, Goiânia e Vitória.
Em Brasília, os manifestantes promoveram o Grito dos Excluídos e se concentraram no canteiro central da Esplanada dos Ministérios, próximo ao Teatro Nacional, reunindo grupos de partidos de oposição e de movimentos LGBTQ+, feminista, indígena e negro. Todos fizeram performances para chamar a atenção para suas pautas. O ato do Grupo dos Excluídos durou até às 10h. Em seguida, aconteceu um protesto a favor do Presidente, entre o Museu da República e a Biblioteca Nacional.
A ação, segundo organizadores, foi pela defesa da democracia brasileira e dos direitos e para denunciar retrocessos sociais, econômicos e ambientais no País.Cerca de 200 manifestantes inflaram um boneco do presidente da República com as mãos cobertas de sangue. Um grupo de terno e máscaras de ratos rasgou réplicas da Constituição. Mulheres com as mãos pintadas de vermelho chamavam a atenção para a violência de gênero.
O estudante universitário Daniel Pereira, de 23, interpretou o Cristo de pele negra, crivado de balas, compondo uma representação da Pieta, escultura sacra de Michelangelo, ao lado da mulher que representava Maria, enquanto um representante de cada grupo assumia a posição de um Jesus morto no colo da santa.
CNBB e CUT – Com o lema “Basta de miséria, preconceito e repressão! Queremos trabalho, terra, teto e participação!”, o movimento promoveu um ato cênico em frente ao Teatro Nacional de Brasília. Além disso, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou uma carta de apoio ao movimento. Num dos trechos, o documento diz:
“Estamos em tempos difíceis. Apandemia acometida pelo coronavirus(covid-19) já matou milhares de pessoas. São milhares de famílias que sofrem por ter perdido seus entes queridos. Infelizmente,existe uma omissão por parte do governo brasileiro, falta de vontade em resolver as questões da saúde. Um ministério que não se deixa orientar pelos conhecimentoscientíficos; incapacidade de administrar os recursos destinados ao combate àpandemia. Há uma indiferença em relação aos cuidados da vida, avanço de desmonte de direitos sociais; alimenta-se a cultura do ódio sustentada pelas notícias falsasmanifestadas nas redes sociais”.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também divulgou um texto onde diz: “É o grito dos mais de 13 milhões de brasileiros, especialmente negros com baixa escolaridade, que estão em situação de pobreza extrema, vivendo nas ruas, nos cortiços, favelas, ocupações e periferias, abandonados por este governo que só pensa em acabar com políticas sócias para os mais vulneráveis”.
Além do ato cênico na Esplanada, o movimento promoveu a tag #ForaBolsonaroEMoro, que durante algum tempo foi um dos assuntos mais comentados no Twitter.
Em razão da pandemia do novo coronavírus, o movimento Grito dos Excluídos realizou uma mobilização diferente em Brasília neste Sete de Setembro.