Fazer a unha de graça, ter acesso “na faixa” a academia, voucher para terapia semanal, aulas de yoga e salada de frutas a qualquer momento do dia. Todos esses benefícios estão sendo oferecidos por empresas como a Petrobras, o Grupo Pão-de-Açúcar, Boticário, Pirelli, entre outras.
Além do bem-estar dos funcionários, essas companhias visam a melhora na produtividade e na longevidade dos trabalhadores. Este novo termo se chama Gestão de Saúde Populacional (GSP). Promovido pela Aliança para a Saúde Populacional (Asap), o conceito de GSP propõe uma mudança na forma de tratar a saúde coletiva: à oferta de assistência médica, somam-se a implementação de metodologias abrangentes para a estratificação de riscos e coleta sistematizada de dados.
Estudos internacionais mostram que, se aplicada de forma efetiva, a GSP pode resultar em reduções de 30% a 50% dos custos essenciais. Além de enxugar gastos (plano de saúde é o segundo maior gasto do RH das empresas), as instituições também direcionam seus programas de forma mais assertiva e com benefícios a longo prazo – extrapolando a gestão de casos crônicos e a análise de casos isolados.
Mais de 520 mil brasileiros foram afastados por auxílio-doença nos últimos seis anos (2012–2018, segundo o INSS). Isto significa 40 mil dias de trabalho produtivo perdidos por problemas de saúde, que resulta em gastos superiores a R$ 26 bilhões. Este pesadelo do custo com planos de saúde para as empresas pode ser evitado de maneira humanitária e justa.
Analisar a saúde de forma coletiva é a grande chave para o sucesso de uma empresa. Enquanto muitos ainda buscam a qualidade de vida individual, grandes empresários pensam na maneira de como fazer com que os colaboradores produzam mais com mais qualidade de vida. Em outras palavras, são pequenas atitudes, como oferecer bônus para quem está bem de saúde, que fazem uma mudança tremenda lá na frente.
É uma conta de fácil entendimento: Quanto mais o colaborador se sente estimulado a levar uma vida saudável, mais ele terá vigor e, consequentemente, se mostrará mais produtivo. Na mesma linha, se o familiar deste colaborador seguir os mesmos caminhos, as empresas terão menos afastamentos de funcionários que precisam acompanhar parentes por problemas de saúde no hospital. Todos saem ganhando, inclusive o próprio hospital, que diminuirá sua superlotação.
A GSP é uma iniciativa que visa transformar o velho modelo reativo, que aguarda surgir a doença, em um proativo, que mapeia as populações de risco, faz previsões e age evitando as enfermidades e ou minimizando seus impactos. “A resposta está no campo da educação, promoção de saúde e de melhores hábitos de vida, prevenção de doenças e autocuidado. Precisamos nos preocupar mais com nossa saúde, para conseguirmos gastar menos tempo com nossas doenças”, ressalta Ricardo Ramos, presidente da ASAP.