Primeira residência oficial do ex-presidente Juscelino Kubitschek no Distrito Federal, o Catetinho teve a sua restauração e revitalização finalizada. A obra foi concluída em julho e celebrada em cerimônia nesta quarta-feira (17) com a presença do governador Ibaneis Rocha.
Com investimento de R$ 40 mil, o reparo é o pontapé oficial para entregar à população equipamentos culturais restaurados e modernizados para o aniversário de 60 anos de Brasília, em 2020.
“Tenho muito carinho por esses pontos porque eles representam um Brasil pujante. Brasília se tornou o grande centro de integração nacional. Aqui todas as culturas se aportaram e aqui se fixaram. Esse prédio simples significa um Brasil simples que existia à época”, disse Ibaneis Rocha, que autorizou a viabilização de um acesso mais fácil ao museu pela via.
Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o Catetinho foi construído em apenas 10 dias, em novembro de 1956. A estrutura simples, feita de madeira, ficou conhecida como “Palácio de Tábuas”. A visitação aberta ao público permite o acesso à suíte presidencial, quarto de hóspedes e à cozinha utilizada por JK, entre outros espaços, que voltam a ter dignidade após as intervenções. Objetos, roupas e imagens do ex-presidente também revivem a memória do DF.
Os secretário Adão Cândido (Cultura), Vanessa Mendonça (Turismo) e Izídio Santos (Obras) prestigiaram a cerimônia. “Temos a certeza que nossa cidade nasceu e foi pensada aqui. JK se reunia com as pessoas mais próximas a ele e nunca fui impossível existir Brasília para essas pessoas”, destacou Vanessa Mendonça. Adão Cândido pontou a iniciativa do governo. “Nossa vinda é pra marcar a retomada do carinho que devemos ter com a cultura da cidade. A recuperação da infraestrutura cultural é e sempre será prioridade da nossa gestão”, afirmou.
Em visita ao Catetinho pela primeira vez, o professor aposentado Antônio Carlos Carvalho dos Santos elogiou o espaço. “Está bem conservado, agora. É uma bela homenagem ao nosso grande presidente JK”, disse o morador de Palmas (TO).
Patrimônio cultural
A ausência de manutenção atingiu em cheio o Catetinho. Sem o cuidado necessário, o edifício apresentava buracos entre as paredes, propiciando ambiente para o alojamento de colmeias. Isso resultou na infestação de abelhas, ameaçando funcionários e visitantes, inclusive a funcionalidade do museu. Jardins e a grama sumiram com o tempo, dando lugar à brita e ao chão batido. O calçamento também se deteriorou, bem como o cuidado com a identificação das peças do museu. “Esse não é um monumento só de Brasília, mas de todo o país. Aqui nasce Brasília, a capital de todos os brasileiros”, reforçou Ibaneis.
Tudo isso foi arrumado com carinho. Foi feita a calafetação das frestas das paredes e as abelhas foram retiradas cuidadosamente. O trabalho ficou a cargo da Gerência de Conservação e Restauro da Subsecretaria do Patrimônio Cultural, em parceria com a Diretoria de Manutenção do Patrimônio e Espaços Culturais da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF.
A equipe de conservação e restauro teve o delicado trabalho de equilibrar a preservação dos patrimônios histórico, natural e ambiental da área de entorno (APA). Os jardins e espaços de gramas foram restaurados em conformidade com o projeto original. O calçamento foi inteiramente reconstruído, incluindo os que circundam a nascente. Todas as peças do Catetinho estão legendadas.
Cuidar do patrimônio cultural é prioridade da atual gestão. A partir de agosto, outros espaços como o Complexo Cultural Praça dos Três Poderes e o Memorial dos Povos Indígenas vão passar por ações interventivas. Os museus, as bibliotecas e os centros de cultura e memória serão entregues para a população, no aniversário de 60 anos da cidade, em abril de 2020, em excelente condição.