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A presidente Dilma Rousseff confirmou, por meio de nota na tarde desta segunda-feira, a saída de José Eduardo Cardozo do Ministério da Justiça. Ele assume a Advocacia-Geral da União (AGU), no lugar de Luís Inácio Adams. Para a Justiça, a presidente oficializou o ex-procurador geral da Justiça da Bahia,Wellington Cesar Lima e Silva.
Na nota, a presidente agradece a \”inestimável competência e brilho de Adams\” e deseja \”pleno êxito\” em sua atividade profissional futura. Adams sai do governo por motivos pessoais. Segundo o GLOBO antecipou no começo deste mês, ele trabalhará em um escritório de advocacia americano na área de Direito societário, com sede em Brasília.
Aproveitando as mudanças na área jurídica do governo, a presidente nomeou o novo ministro da Controladoria Geral da União (CGU), sem titular desde que Valdir Simão foi para o Ministério do Planejamento, em dezembro do ano passado. Assumirá o cargo Luiz Navarro de Brito, atual assessor técnico do Senado.
Cardozo vem sendo muito cobrado pelo seu partido e pelo ex-presidente Lula por não controlar a Polícia Federal e acabar permitindo investigações que afetam o PT especialmente o ex-presidente.
A reunião do Diretório Nacional do PT, no último fim de semana no Rio, teria contribuído para a decisão de Cardozo, na qual foi muito criticado e aumentou o seu desejo de deixar a pasta.
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), que recentemente teve divergências com Cardozo em relação ao orçamento da corporação, soltou nota demonstrando \”extrema preocupação\” com a saída do ministro do cargo.
\”Os Delegados da Polícia Federal receberam com extrema preocupação a notícia da iminente saída do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em razões de pressões políticas para que controle os trabalhos da Polícia Federal.
Os Delegados Federais reiteram que defenderão a independência funcional para a livre condução da investigação criminal e adotarão todas as medidas para preservar a pouca, mas importante, autonomia que a instituição Polícia Federal conquistou\”, diz trecho da nota. A ADPF também voltou a pregar a autonomia funcional e financeira da Polícia Federal.
As investigações em torno ao ex-presidente Lula, que envolvem o apartamento tríplex no Guarujá e o sítio em Atibaia, reascenderam fortemente no PT a animosidade contra o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e as pressões para que deixe o cargo. Cardozo pode oficializar sua saída ainda nesta segunda-feira.
Na semana passada, um grupo de deputados petistas, entre eles o líder na Câmara, Afonso Florence (PT-BA), Wadih Damous (PT-RJ) e Moema Gramacho (PT-BA), estiveram no Ministério da Justiça e cobraram duramente de Cardozo providências sobre os vazamentos das investigações sobre Lula e sobre a forma como a Polícia Federal está conduzindo os trabalhos. Os deputados alegaram que Lula havia se tornado \”alvo preferencial\” e que havia \”descontrole\” na condução das investigações.
Os deputados subiram o tom com o ministro e um deles chegou a dizer que, caso Cardozo não tomasse providências, \”Lula vai acabar sendo preso\”.
Segundo relatos, o ministro respondeu ser “praticamente impossível” identificar e impedir os vazamentos de informações e disse que o controle aos trabalhos da PF só é possível em casos de violações. Na visita, ficou reforçada a ideia de que a presença de Cardozo no aniversário do PT não seria conveniente e que sua permanência no cargo não agrada o partido.
Leia a íntegra da nota da presidente:
\”A Presidenta da República Dilma Rousseff informa que o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deixará a pasta e assumirá a chefia da Advocacia Geral da União, em substituição ao Ministro Luiz Inácio Adams que solicitou o seu desligamento, por razões pessoais.
Assumirá o Ministério da Justiça o ex-Procurador Geral da Justiça do Estado da Bahia, Dr. Wellington César Lima e Silva.Assumirá o cargo de Ministro-Chefe da Controladoria Geral da União, o Sr. Luiz Navarro de Brito.
A Presidente da República agradece os valiosos serviços prestados ao longo de todos estes anos, com inestimável competência e brilho, pelo Dr. Luís Inácio Adams, e deseja pleno êxito à sua atividade profissional futura.
Agradece ainda ao ministro-interino da CGU Sr. Carlos Higino pela sua dedicação.\”