Depois de 37 anos servindo uma das melhores carnes de sol de Taguatinga e do Distrito Federal, Zezinho começa a se preparar para se aposentar. Ou, como se diz no jargão do comerciante, vai “passar o ponto para frente”.
José Aerre Sobradino, 72 anos, o badalado Zezinho Carne de Sol, explica que o motivo da transferência do negócio para os mais jovens da família é o cansaço. “Depois de tanto tempo, eu cansei. Preciso cuidar da minha saúde. Dar mais atenção à minha família”, elencou.
Um dos que vão herdar esse tesouro da culinária taguatinguense será o genro, José Aderlei, que terá o compromisso de manter a fama e tradição que o estabelecimento criou ao longo dessas quase quatro décadas.
Carro-chefe
A carne de sol é o carro-chefe, mas Zezinho garante que a procura também se estende a outros pratos, como galinha caipira, rabada, picanha, churrasco. “Nosso cardápio é bem variado”, gaba-se.
“Já cheguei a vender 400 Kg de carne por semana. No meu salão cabem 200 pessoas. Tem dia que lota”, diz ele. Mas isto tudo dá muito trabalho e a gente vai se cansando. Chega uma hora que é preciso diminuir o ritmo”, ensina Zezinho.
Começou como Brechó
A fama de Zezinho não surgiu da noite para dia. É uma conquista que vem desde 1968, quando ele desembarcou em Brasília, vindo de Boa Viagem – que fica no Sertão Central do Ceará e conseguiu o primeiro emprego num restaurante da Asa Sul.
Hoje ele brinca: “ali, no mínimo, a alimentação estava garantida. O dono do estabelecimento, que vendia bem, resolveu abrir uma filial em Taguatinga. Então, foi convidado a se mudar para lá.
O restaurante não deu certo, e os donos ofereceram a ele uma sociedade. Na época, o estabelecimento na CSA 1 tinha outro nome: Brechó.
Foi quando Zezinho resolveu avocar para si a tarefa de fazer o estabelecimento engrenar. “Já vendíamos carne de sol. Só fiz mudar o nome para identificar meu restaurante com um estabelecimento cujo prato principal era esse”, conta.
De pai pra filhos
Quanto ao futuro, além de descansar, Zezinho admite que pretende não se afastar tanto assim do comércio. “Vou ajudar meus filhos com os Zezinhos de Águas Claras e de Vicente Pires. Um dia vou lá. Noutro vou no outro e, sempre que possível, darei uma passada em Taguatinga, onde tudo começou. Com o restaurante, Zezinho criou cinco filhos. Dois deles seguiram os passos do pai e abriram filiais do bem sucedido negócio.