Economizar recursos públicos é sinal de respeito ao contribuinte. Combater desperdícios, reduzir custos e aumentar a eficiência do gasto são fundamentos da ação do gestor público que põe em prática os valores republicanos e busca atender ao interesse público.
Assim que assumi a Direção-Geral do Detran/DF, em março de 2020, submeti cada contrato a rigorosa avaliação técnica. Com base em minha experiência em Direito Administrativo, esperava que conseguiríamos alguma economia com isso, mas eu mesmo me surpreendi com os efeitos dessa nova postura: desde então, já economizamos R$ 75 milhões aos cofres públicos.
Pusemos fim aos contratos emergenciais (19), que totalizavam R$ 18 milhões. No contrato de manutenção de veículos, a diminuição dos custos foi de 80%: de R$ 600 mil/mês para R$ 120 mil. Na licitação dos “pardais”, poupamos R$ 43 milhões. Todas readequações feitas sem prejuízo aos serviços prestados à sociedade.
Ao concretizar minha intenção de fazer um pente-fino nas contratações e corrigir eventuais irregularidades, atrai antipatias e sofri desgastes. O indispensável suporte do governador Ibaneis Rocha e o apoio da sociedade às mudanças, contudo, permitiram que seguíssemos em frente.
Passadas as dificuldades iniciais, sinto-me compensado em demonstrar na prática o que ensinei por trinta anos aos meus alunos: é possível gerir a coisa pública com ética e eficiência. Basta coragem e determinação de fazer diferente.
(*) Subprocurador-geral do DF, Advogado (licenciado), Professor de Direito Constitucional e atual Diretor-Geral do Detran-DF.
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital