A senadora Soraya Thronicke (União-MS) abriu ocorrência na Polícia Federal após ser xingada ao vivo em entrevista à rádio Capital 95 FM, de Campo Grande. A ex-aliada de Jair Bolsonaro foi chamada de “traidora da pátria” e “piranha traíra” por um ouvinte. Sem provas, o homem referiu-se ao presidente Lula como “ladrão” e “corrupto” e afirmou que a parlamentar e a ministra Simone Tebet (MDB-MS) “em troca de dinheiro”.
“Soraya é uma das maiores traidoras da pátria. Uma pessoa que apoia um ladrão, um corrupto, igual a ela e a Simone estão apoiando, em troca de dinheiro, em troca de favor de um corrupto comunista. Espero que ela não ganhe nem para síndica de condomínio onde ela mora. Porque piranha traíra igual ela…”, disse antes de ter o áudio cortado pelo locutor.
O autor das ofensas foi identificado, mas não teve o nome revelado. No boletim de ocorrência, Soraya Thronicke o acusa de calúnia e difamação. Nas redes sociais, a parlamentar disse que “ninguém está acima da lei” e lembrou que “a liberdade de expressão termina onde começa o Código Penal”.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, manifestou solidariedade à senadora e ressaltou que “essa violência contra a participação política feminina deve ser ainda mais combatida no Brasil”. Procuradora Especial da Mulher no Senado, a senadora Leila Barros (PDT-DF) declarou no Twitter que “esse tipo de insanidade e baixaria, que atenta contra as leis do nosso país, não pode ficar impune”. E completou: “A Justiça tem que mostrar que há limites para as críticas”.