O ministro da Educação, Abraham comprou mais uma briga. Desta vez, não só com os educadores, mas também com os artistas de Brasília. Em seu twitter, postou foto de um painel em mosaico que reverencia a memória do pedagogo pernambucano, Paulo Freire, considerado Patrono da Educação e escreveu: “Mural em frente ao MEC… É ou não é feio de doer?”.
Já é notória a incompatibilidade de Weintraub com Paulo Freire, cuja grande contribuição ao mundo do saber é o ensino por meio de ferramentas que levem à conscientização política do povo, em nome da emancipação social, cultural e política das classes sociais excluídas e oprimidas, como ressalta o professor da USP, Moacir Gadotti.
Agora, o ministro da Educação quer retirar a homenagem defronte ao MEC e doá-la ao filho do presidente Bolsonaro, para que ele a leve aos Estados Unidos, caso seja nomeado embaixador do Brasil naquele país.
Ao mesmo tempo, Weintraub demonstra desconhecer a diferença entre o público e o privado. Ele não pode dispor de um bem público como se fora dele. O ministro também agride a classe artística.
O painel foi feito por um dos artistas plásticos mais queridos, ativos e criativos da cidade: Henrique Gonzaga Júnior. O mosaicista Gougon, formado em arquitetura, foi, durante muitos anos, jornalista político e chargistas. Desde que decidiu se concentrar na produção artística implantou esculturas e painéis de mosaicos em diferentes locais do DF.
Na UnB, homenageou Honestino Guimarães, morto pela ditadura militar, e de quem foi colega como estudante. Pelos cantos de Brasília, é possível encontrar obras dele que retratam Juscelino Kubitschek, o urbanista Lúcio Costa, Ulyssses Guimarães, Darcy Ribeiro e até Cora Coralina.
Ao decidir arrancar a homenagem a Paulo Freire – inaugurada em 2003 pelo então ministro da Educação, Cristovam Buarque -, Weintraub também compra uma briga internacional, dessa vez com a Unesco, que é uma das instituições que apadrinham o monumento.
Será que vale a pena tanto factoide para aparecer na mídia?