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A reta final da campanha pelo Governo do Distrito Federal trouxe um fato inédito à política de Brasília: a união entre petistas, rorizistas e arrudistas. A coligação “Com a Força do Povo”, que apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) mandou imprimir 2 milhões de panfletos “casando” a candidata à reeleição a presidente com o candidato do PR ao Buriti, Jofran Frejat. A união foi logo batizada por populares, na rodoviária do Plano Piloto, de “voto melancia” – verde por fora, vermelho por dentro.
Vingança à “traição”
Sindicalistas e dirigentes do PT-DF justificam a inusitada aliança – que surpreendeu até os cabos eleitores de Frejat – a uma vingança contra o candidato do PSB, Rodrigo Rollemberg. O socialista desembarcou do governo Agnelo Queiroz (PT) dois anos antes e passou a criticar a gestão petista, até lançar-se candidato a suceder o ex-aliado. A estratégia, até agora, mostrou-se positiva. Rollemberg está no segundo turno e lidera as pesquisas, enquanto Agnelo ficou fora da disputa.
Gota d’água
Num primeiro momento, alguns petistas – a exemplo do deputado distrital reeleito Chico Leite – chegaram a declarar apoio a Rollemberg no segundo turno. No entanto, após o senador se aliar ao presidenciável Aécio Neves (PSDB), não houve mais tolerância. “O Rodrigo carimbou o passaporte de traidor ao subir no palanque da direita”, atestou um influente sindicalista do PT, ao se encontrar com Frejat para hipotecar apoio ao projeto de tarifa única de R$ 1 para os ônibus do DF.
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Voto, sim. Aliança, não
Político nenhum dispensa voto. Este o raciocínio prático dos coordenadores da campanha de Jofran Frejat e do próprio candidato. Aliados de Frejat garantiem que não existe nenhum tipo de acordo ou aliança com os petistas. Mas recebem com alegria os seus votos. Até porque, Agnelo teve 20% da preferência do eleitorado nas urnas do dia 6.
Apoio só na campanha
O ineditismo do momento político chegou ao ponto de um dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) procurar o dirigente de um dos sindicatos associados para esclarecer a situação. Segundo ele, é melhor eleger Frejat e ter a quem fazer oposição a partir de janeiro. Se Rollemberg for o governador, poderá usar a máquina oficial para eleger aliados do PSB para dirigir algumas entidades, desalojando petistas.
Ibope confirma tendências
Coordenadores da campanha de Frejat, embora não comemorassem, viram de forma positiva a pesquisa Ibope divulgada terça-feira (21) à noite pela TV Globo. Segundo eles, embora a diferença ainda tenha sido grande (14 pontos percentuais), o levantamento confirmou a tendência de queda de Rollemberg e subida do republicano – leia matéria na página 10 desta edição.
Diferença pode ser menor
Pesquisas para consumo interno da campanha de Frejat se aproximam dos números do instituto Exata. Com isso, a coordenação aposta tudo nos programas eleitorais que vão ao ar até sexta-feira (24) e no debate da Globo, no mesmo dia, após a novela das 9. Nos dois espaços, uma coisa é certa: não haverá mais críticas a Agnelo Queiroz, para consolidar os votos dos neoaliados petistas e uma massificação da proposta de “tarifa Frejat” de R$ 1 para todos os ônibus do DF.