Historicamente, ao se falar de fome pensamos automaticamente em uma imagem de crianças e adultos desnutridos, raquíticos. Há alguns anos, essa fome crônica de alimentos e nutrientes vem diminuindo em nosso país, graças a alguns programas de distribuição de renda, odiados por uns e necessários para outros. Seria possível imaginar que indivíduos obesos passam ou já passaram fome?
No Brasil, a maioria dos adultos obesos foram crianças desnutridas ou são filhos de mães que tiveram restrição alimentar durante o período gestacional, e, por isso, apresentam hoje um fenótipo poupador de energia. Sem contar que o acesso aos “alimentos” extremamente desequilibrados, cheios de gordura e açúcar, são financeiramente os mais acessíveis, o que proporciona esse acúmulo de gordura. Essa discussão em dimensão fisiopatológica apresenta muitas causas. Por isso, a obesidade é conhecida como uma doença multifatorial.
E por que estou falando de obesidade, quando o título do artigo trata de fome?
Você já ouviu falar em fome oculta? Nossa população apresenta fome oculta, que pode ser fome de nutrientes ou até mesmo uma fome emocional, psicológica, que se traduz em uma fome orgânica, levando à compulsão alimentar. Existem alguns tipos de fome que nós, nutricionistas, teremos dificuldade em tratar sozinhos. Mas, com a ajuda de bons psicólogos, o trabalho multidisciplinar traz belos resultados.
E você? Tem fome de quê?document.currentScript.parentNode.insertBefore(s, document.currentScript);