Para os Mestres da Espiritualidade Maior não há passado e nem futuro. Há somente o \”eterno presente\”. O consciente (presente) se expande, adentrando o inconsciente (passado) e o superconsciente (futuro), tornando-se apenas presente ou consciência pura.
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Nesse sentido podemos entender Jesus, que, não tendo estudado, referia-se aos profetas do passado e fez previsões que se confirmaram, como a destruição de Jerusalém 70 anos depois. Ele foi o típico ser sem passado e futuro, capacidade de todo ser humano que desenvolver-se.
Se não há passado, no sentido relativo, podemos mudá-lo quando, pelo amadurecimento, constatarmos que podíamos ter feito melhor ou diferente. Pela nova visão, percebemos o fato de uma nova maneira. Assim é que os magoados com os pais pela maneira como foram tratados, agora os vêem como ignorantes, doentes ou sofredores.
Desta maneira a mágoa transforma-se em compreensão, compaixão. Assim é que vemos filhos cuidando dos pais na velhice com todo carinho; pais que foram motivos de mágoa. Sem esta análise positiva, corre-se o risco de repetir com os filhos a mesma conduta recebida.
Em determinadas situações, não basta compreender. É preciso, quando se foi o senhor da ação negativa, a atitude reparadora. Se não puder ser feita contra o atingido, deve ser feita com qualquer um. Nesse sentido, o conselho de Gandhi para um assassino de crianças muçulmanas: \”vá a um lar de crianças muçulmanas órfãs. Pegue algumas delas e adote-as como se fossem seus filhos\”.
Num momento de grande inspiração, assim se expressou o poeta Renato Russo: \”você culpa seus pais por tudo. Isso é absurdo. São crianças como você. O que você vai ser quando você crescer\”.
Sem análise sobre o nosso viver, passaremos a vida inteira como crianças justificando os atos errados, culpando os outros e culpando-nos.