Antônio Sabino (*)
Em meio aos estertores finais de uma ditadura sangrenta, em 1980 nasce o maior partido da história política brasileira. A vontade de criar um partido sem as amarras e os grilhões da elite arregimentou jovens da esquerda tradicional, estudantes, setores da igreja católica, artistas, intelectuais que desejavam uma agremiação de defesa dos reais interesses da classe trabalhadora.
Assim, nasceu o PT. Resultado da vontade da classe trabalhadora, que havia acumulado forças nas lutas sindicais do ABC Paulista, nas lutas dos trabalhadores rurais pela reforma agrária, no engajamento de homens e mulheres nos centros urbanos desejosos de verem um país democrático e livre da opressão.
O Brasil de hoje está muito melhor do que o de 36 anos atrás. Basta revisitar os dados históricos que antecedem a ascensão de Lula ao posto máximo de governança em nosso país. Os indicadores sociais colocaram a imagem do Brasil em outro patamar de reconhecimento internacional e demonstram o respeito absoluto pelos mais pobres, fio condutor das principais políticas de governo, que fizeram a mobilidade social mais destacada de todos os tempos em esfera mundial.
Quarenta milhões de desvalidos saíram da extrema pobreza e passaram à condição de consumidores de bens e de serviços, fazendo a economia girar e crescer, como nunca havia ocorrido. As elites, assanhadas e perturbadas com as sucessivas derrotas, após o primeiro mandato da presidente Dilma, resolveram se rearticular de forma mais açodada os instrumentos para impedir a continuidade do projeto de libertação nacional.
Os meios de comunicação, aliados com setores do judiciário, desenvolveram e praticaram a campanha mais feroz em favor de um candidato – Aécio Neves, tentando elegê-lo e destruir o projeto nacional de defesa dos pobres e dos mais necessitados. Mas Dilma forjou a síntese da vontade majoritária e derrotou o PIG e as elites que se escondiam numa cortina de acusações infundadas e desmedidas.
Uma nova quadra de lutas se apresenta para o PT, para a classe trabalhadora e para todos os homens e mulheres que não aceitam a interrupção do projeto de libertação nacional. A elite, a mídia e agora contando com uma ação mais sistemática e permanente da justiça do Moro utilizam-se de todos os instrumentos para impedir que Lula, seja candidato em 2018.
Estabelecendo verdadeiro cerco contra o PT porque sabem que o povo brasileiro abraçou a causa da libertação nacional e deseja Lula como o continuador do processo político que completará 16 anos e com a sua eleição em 2018 iremos para 20 e depois 24 anos no poder, aí sim, consolidando o projeto iniciado pelos trabalhadores, quando apeamos do poder, pelo voto, os amigos siameses da elite.
Devemos, sim, comemorar o 36º aniversário do PT. Chegar até aqui, de pé, cheio de vida, articulado e agraciado no coração da classe trabalhadora, é motivo de muita alegria, a despeito de tudo que se coloca para a continuidade da luta.
(*) Fundador do PT e membro da Executiva Regional/DF
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