A pobre Humanidade deste Planeta, esquecida de que não somos o corpo, colabora para manter a separação e a discriminação existente em nosso meio, inclusive pela idade.
Quem tem idade é o corpo. O espírito que o habita é eterno. Se você aceitar isso, viverá eternamente sem idade, relacionando-se de igual para igual com a criança, o jovem e o velho.
Se aceitar também que somos irmãos, então não será mais um agente de separação e discriminação. Mais ainda: se aceitar \”que somos todos visitantes deste tempo, deste lugar. Estamos só de passagem. Nosso objetivo é observar, crescer, amar… e depois voltar pra casa\”.
Então, encarará a morte com naturalidade, como fez o Apóstolo Paulo – relatado no livro \”Paulo e Estevão\” – diante do carrasco que o degolaria, mas que estava vacilante: \”não tenha pena de mim. Tenha pena de você que vai continuar fazendo este trabalho imundo. Eu cumpri meu dever e vou ao encontro do meu Senhor\”.
Não obstante, não confunda enfrentar a morte com naturalidade com não valorizar a vida. A vida é um presente para que você cumpra uma missão e desenvolva-se em bondade e sabedoria, como ensinou Emmanuel. Quanto mais bondade e sabedoria, mais fácil é vivê-la.
Qualquer pessoa que desenvolver-se em bondade e sabedoria sentirá alegria de forma crescente e pensará em loucura. Ivone Pereira, autora do livro \”Memória de um Suicida\”, alegrou-se tanto no final da vida que pensou que estivesse enlouquecendo, mas a sua alegria era apenas consequência do seu crescimento e do cumprimento do seu dever. Dever nobre de escrever sempre para prevenção ao suicídio.
Na mesma direção ensinava o Mestre Chico Xavier: \”eu sou feliz. Fiz todos os meus deveres de casa. Vejo mais beleza olhando para uma folha de uma planta do que numa poesia de Shakespeare\”.
Crescer espiritualmente é rejuvenescer-se em espírito sensibilizando o corpo que também se sentirá jovem. É desta maneira que a barreira do tempo desaparecerá. Chico Xavier, após horas de trabalho fatigante recebendo mensagens, convidava os amigos e amigas, ia pra casa, escondia algo, pedia-lhes que o procurassem, e ria como uma criança. Vivia fora do tempo.