Envolvida em escândalos de corrupção investigados pelas operações Lava Jato e Panatenaico (que apura desvios milionários nas obras do estádio Mané Garrincha, a arena mais cara do País construída para a Copa de 2014, avaliada em R$ 1,6 bilhão), a Via Engenharia, maior construtora do Distrito Federal, ingressou quinta-feira (8), na primeira Vara de Recuperação e Falências, com pedido de recuperação judicial. A medida visa evitar a falência do grupo empresarial.
Em abril, a Justiça Federal proibiu a empresa – que é responsável por obras como a reconstrução do viaduto da Galeria dos Estados, o Trevo de Triagem Norte (TTN) e a as estações do metrô da 106 Sul e da 110 Sul – de fazer novos contratos com o poder público. A sentença foi revertida e a Via descarta a demissão em massa dos trabalhadores.
Segundo o advogado da construtora, José Murilo Procópio, o grupo empresarial tem um passivo de R$ 300 milhões. Caso o pedido de recuperação judicial seja deferido, a empresa terá 60 dias para elaborar um novo cronograma de pagamento da dívida. O plano deverá passar por análise e votação em uma assembleia geral da diretoria da companhia.
Em comunicado explicando a decisão, a Via alega “a grave crise econômico-financeira que vive o país” e diz que essa circunstância “impactou profundamente quase todos os setores da economia brasileira, principalmente o da construção pesada e civil e o mercado imobiliário”.
A medida, baseada na Lei nº 11.101/2005, é extensiva a todas as empresas do grupo: Via Engenharia S.A., Via Empreendimentos Imobiliários S.A. e empresas controladas. “O pedido de recuperação foi protocolado com os objetivos de preservar a condição operacional da companhia e readequar seu passivo de forma a sustentar um fluxo financeiro que garanta a capacidade de pagamento dos compromissos firmados, mantendo a continuidade de suas atividades e os empregos gerados nas regiões onde atua”, diz o comunicado.