Um domingo de festa. Fogos que espocam dentro e fora dos estádios, pelo visto no Brasil inteiro. Locutores esportivos se esgoelando – no rádio ou na TV, dá igual. E quem não torce para nenhum dos primeiros times, ou dos quatro ameaçados de cair na segunda divisão do futebol brasileiro? Onde estavam? O que diabos estavam a fazer diante da tela de um computador?
Apenas ouvindo Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes. Sim, o cearense que brincava, sem se explicar – deixando fãs em dúvida –, sobre seu nome: se era mesmo daquele tamanho, ou se ele havia inventado alguns adornos para se tornar conhecido como o maior nome da Música Popular Brasileira.
Pois não é que uma faixa enorme, na arquibancada do jogo que levou o Botafogo a campeão do Brasileiro, citava versos que perdoavam o vexame do ano passado? O time que já teve em suas fileiras Garrincha, Nilton Santos, Jairzinho e outros menos votados, desconheceu em 2023 toda essa galeria, e perdeu um campeonato que estava a dois passos de ser conquistado.
À época, o jeito que arranjaram para manter o time carioca de pé foi apelar para uma frase famosa, aquela que ajuda nos momentos de crise: tem coisas que só acontecem com o Botafogo. E assim foi.
Hoje, até quem não torce pelo Glorioso há de concordar com a imensa faixa exibida pela torcida, trazendo os versos de Belchior:
– Ano passado eu morri, mas este ano não morro.