A fronteira entre Brasil e Venezuela, que está fechada por determinação do presidente Nicolas Maduro desde 13 de dezembro, foi parcialmente reaberta na volta do feriado de Ano-Novo. Os setores de importação e exportação já estão reativados e o posto de combustível internacional de Santa Elena de Uiaren, na Venezuela, também foi reaberto hoje (3) logo cedo.
O fechamento do posto internacional gerou forte reação nas redes sociais, pois é o único que abastece Pacaraima, principal cidade brasileira que faz fronteira com a Venezuela. Sem gasolina, o comércio e o trânsito de Pacaraima ficaram praticamente paralisados. Agentes policiais brasileiros que trabalham na região ameaçaram fechar a fronteira do lado brasileiro como retaliação para acessar o posto.
Segundo Verónica Caro, secretária extraordinária de Relações Internacionais do governo de Roraima, que tem mantido contato permanente com as autoridades venezuelanas, há expectativa de que o presidente Venezuelano, Nicolas Maduro, se manifeste ainda hoje ou até amanhã (4) sobre a possibilidade de reabertura da fronteira. “70% da fronteira já está aberta. Mas, a abertura total só depende de anúncio do presidente. Temos que aguardar”, afirmou Verónica.
Maduro decidiu fechar a fronteira entre Venezuela e Brasil em 13 de dezembro. Segundo o decreto, o fechamento, inicialmente previsto para durar 72 horas, foi necessário para combater o contrabando de cédulas nacionais por máfias dos dois países. Desde então, o trânsito está livre apenas para pedestres e veículos que transportam alimentos.
Uma venezuelana que trabalha em um banco na cidade de Santa Elena de Uairén e não quer se identificar disse que muitos comerciantes têm pago propina a militares venezuelanos para atravessar de carro ou moto. “Os brasileiros estão revoltados porque autoridades da Venezuela, como policiais, por exemplo, vão de carro e de moto. E os brasileiros só podem passar andando. Mas, se pagar, passam de carro”, relata.
Imigrantes – A decisão do fechamento da fronteira acabou reduzindo o fluxo de imigrantes venezuelanos que tem entrado no Brasil para fugir da crise político-econômica. Nos últimos dois anos, cerca de 30 mil venezuelanos se mudaram para Roraima. Só na capital, Boa Vista, estima-se que vivam de 5 mil a 10 mil, número que pode ser maior, pois muitos entram no País sem registro.
Uma semana antes do fechamento da fronteira, o governo de Roraima havia decretado estado de emergência em saúde pública nos municípios de Pacaraima e Boa Vista e a Polícia Federal havia deportado 450 venezuelanos em situação irregular no Brasil. Com o agravamento da situação em Roraima, muitos migrantes venezuelanos estão optando por seguir para Manaus.
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