A empresária taguatinguense Luiza Britto, de 29 anos, foi vítima de um acidente provocado pelo seu próprio carro. Depois de leva-lo para manutenção, Luiza foi orientada pelos mecânicos a monitorar com frequência o nível da água do radiador, para evitar problemas com o motor do automóvel.
“Só se esqueceram de me falar para fazer isso com o carro frio”, lamenta Luiza, que, mesmo com a pressão da tampa, forçou e abriu o compartimento. Resultado: a água quente voou em seu corpo. Um rapaz que passava pelo local, além de ajudar no socorro, questionou: por que você fez isso?
Para quem entende minimamente de carros, a pergunta do motorista é compreensível. Para quem não entende, não é tão óbvia. Mas a a realidade é que, para abrir a tampa do radiador, é preciso nos certificarmos de que o motor esteja frio.
Depois dessa malfadada experiência, Luiza compartilhou em seu Instagram um vídeo para alertar aqueles que – assim como eu – não sabiam deste “pequeno detalhe”.
A publicação de Luiza atingiu 3 milhões de visualizações em sua página, além de ser retratada por grandes veículos de comunicação, como as redes Globo, SBT e Record, além da Globo News.
Dentre os 9 mil comentários que o post recebeu, inúmeros internautas parecem querer contribuir com uma dor enorme – e visível, pois as cicatrizes aparecem no vídeo – que Luiza sentia. “Óbvio que, se abrir a tampa, vai acontecer isso mesmo. A água está quente”, dizia um deles.
Em uma das entrevistas, Luiza deu a seguinte declaração: “Comentários negativos mexem mais comigo do que as cicatrizes. Sinceramente”.
Após seu vídeo “viralizar”, Luiza conheceu de perto os malefícios desse novo vocábulo, que surgiu com as redes sociais.
Na maioria das vezes, atingir milhões de views, traz consigo haters (na tradução mais direta, odiadores), que não precisam de motivo para compartilhar ódio nas redes, mesmo em acidentes como o da empreendedora taguatinguense.
Viralizar ou não. Eis a questão
Na verdade, é sobre “viralizar” que quero tratar esta semana. A cobrança para viralizar os posts é uma demanda constante de políticos às suas equipes de marketing digital.
Porém, os candidatos e mandatários esquecem-se de que, para viralizar um conteúdo, é preciso, além de técnica e conhecimento, de sorte.
Eles também não se lembram de que, junto dos grandes números, virão grandes quantidades de opositores, seguidores de localidades diferentes da sua, e pessoas que jamais votarão nele.
Não que viralizar seja ruim para políticos. Pelo contrário. Mas é fato que também não é a solução para todos os problemas de comunicação de um projeto político.
Segundo Jorge Aragão, “o samba é a arte popular porque é o povo quem produz o show e assina a direção”.
E é assim também na comunicação. Nem sempre a melhor peça tem o melhor engajamento.
Mas uma coisa é certa: quem tenta mais, tem mais chances de atingir o eleitor.
Portanto, planeje-se e mantenha a constância em suas publicações nas redes sociais.