Claudinê Cesar Albertine foi embora sem dizer adeus, como é comum aos amigos que partem. Não é conhecido nacionalmente – nem poderia: foi fiel à sua aldeia, Belo Horizonte.
Há décadas, Claudinê tentou ir para o Rio, junto com seu irmão, com uma promessa na TV Tupi. O ônibus em que viajavam caiu no então famoso Viaduto das Almas.
A perda do irmão cortou sua vontade de bater asas.
Esteve várias vezes em Brasília. Mas não profissionalmente. Apenas para visitar a filha que morava no DF.
E aqui falo pouco do muito que vi.
Em BH, saturado que estava das músicas de mau gosto tocadas no rádio, nacionais ou estrangeiras, partiu para um projeto arriscado: transformar o slogan da rádio Inconfidência – espécie de diário oficial do governo – em nome da emissora: Brasileiríssima.
Mas também brincava: montou um estúdio dentro de um aquário, na saída do Colégio Promove, para que a meninada pudesse ver seus locutores.
E numa época em que a Internet ainda sujava os cueiros, Claudinê previu (lembra um amigo que estava por perto): a vida moderna vai ficar dentro de uma tela de celular.