A operação militar israelense Limite Protetor, que entra nesta sexta-feira (11) em seu quarto dia, já deixou 98 mortos e mais de 600 feridos na Faixa de Gaza, informou a imprensa local.
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As últimas oito vítimas foram mortas na madrugada desta sexta, durante os ataques de aviões e embarcações de guerra de Israel contra 50 alvos em diferentes pontos da Faixa, segundo fontes palestinas entrevistadas pela rádio pública israelense.
Entre os alvos estavam quatro imóveis, um deles próximo de um túnel no sul da Faixa de Gaza, detalhou a emissora.
O Exército israelense afirmou em comunicado que atacou nas últimas 24 horas cerca de 210 alvos relacionados com atividades de \’grupos terroristas\’, como plataformas de lançamento de foguetes, instalações do Hamas, túneis para o contrabando de armamento e complexos de treinamento dos grupos armados.
Israel disse que já atacou aproximadamente 1.090 alvos por mar e ar desde o início da ofensiva.
O braço armado do Hamas – as \’Brigadas Ezedin al-Qassam\’ – assumiu a autoria de dezenas de disparos de foguetes contra Israel, assim como os lançados das últimas horas.
Somente na manhã desta sexta, mais de 30 projéteis foram disparados contra localidades do sul de Israel, informou a rádio pública. Além disso, o veículo relatou que alguns deles atingiram cidades como Rishon Lezion, Ashkelon e Ashdod, e vários foram interceptados pelo sistema antimísseis \’Domo de Ferro\’.
Em Ashdod, três civis israelenses ficaram feridos, um deles com gravidade, depois que um foguete caiu em um posto de gasolina. Além disso, um dos dois soldados israelenses feridos na quinta-feira (10) pelo impacto de uma bomba se encontra em estado grave e internado em um hospital do sul de Israel.
Escalada de violência
A mais recente escalada de tensão e violência entre israelenses e palestinos começou com o desaparecimento de três adolescentes israelenses no dia 12 de junho na Cisjordânia. Eles foram sequestrados quando pediam carona perto de Gush Etzion, um bloco de colônias situado entre as cidades palestinas de Belém e Hebron (sul da Cisjordânia) para ir a Jerusalém.
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O governo israelense acusou o movimento islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza, do sequestro. O Hamas não confirmou nem negou envolvimento. Israel deslocou um grande contingente militar para a área da Cisjordânia, principalmente na cidade de Hebron e arredores. Dezenas de membros do Hamas foram detidos, e foguetes foram disparados da Faixa de Gaza contra Israel.
Os corpos dos três jovens foram encontrados em 30 de junho, com marcas de tiros. Analistas sustentam que eles foram assassinados na noite de seu desaparecimento.
A localização dos corpos aumentou a tensão, com Israel respondendo aos disparos feitos por Gaza. No dia seguinte, 1º de julho, um adolescente palestino foi sequestrado e morto em Jerusalém Oriental. A autópsia indicou posteriormente que ele foi queimado vivo.
Israel prendeu seis judeus extremistas pelo assassinato do garoto palestino, e três dos detidos confessaram o crime. Isso reforçou as suspeitas de que a morte teve motivação política e gerou uma onda de revolta e protestos em Gaza.
No dia 8 de julho, após um intenso bombardeio com foguetes contra o sul de Israel por parte de ativistas palestinos, a aviação israelense iniciou dezenas de ataques aéreos contra a Faixa de Gaza. A operação, chamada \”cerca de proteção\”, tem como objetivo atacar o Hamas e reduzir o número de foguetes lançados contra Israel, segundo um porta-voz israelense.
Os militantes de Gaza responderam aos ataques, disparando foguetes contra Tel Aviv. Por enquanto, só houve registro de mortes entre os palestinos – o sistema antimísseis israelense interceptou boa parte dos disparos lançados contra seu território.
Os combates são os mais sérios entre Israel e os militantes de Gaza desde a ofensiva de seis dias em 2012.