Estatísticas governamentais apontam que o desemprego se restringe a teóricos 13% da população brasileira, o que, evidentemente, não corresponde ao drama de tantos milhões de brasileiros e brasileiras no dia a dia, alimentado pela falência e pelo definhamento recente de milhares de empresas.
A divergência entre os números oficiais e a agoniante realidade decorre de apenas ser considerado “desempregado”, para o Estado, quem, comprovadamente, “procura emprego e não acha”, o que não costuma deixar registros.
É fato que a absurda retração econômica brasileira influi na escassez de postos de trabalho, mas não podemos desprezar outros fatores históricos não enfrentados pelo Parlamento, em especial a desproporcional carga tributária, que onera exageradamente o setor produtivo, e uma previdência social cara e ineficiente (para empregados e patrões), além do custo do ineficiente transporte público.
Isso tudo, somado à insegurança jurídica, promovida não raramente pela incoerência e parcialidade de determinadas decisões judiciais, à falta de qualificação para o mercado de trabalho, sobretudo nas áreas técnicas, e às bilionárias práticas corruptas que tiram dinheiro do mercado honesto, estão tornando o Brasil um lugar inóspito para quem tem a audácia de produzir e trabalhar.
Enquanto não houver real determinação da classe política em tornar a legislação mais inteligente e viável para todo o setor produtivo, bem como em extirpar a maligna metástase da corrupção, continuaremos patinando nos quesitos trabalho e emprego, arrastando o País a indicadores sociais ainda mais vergonhosos.
O fisiologismo partidário, a hipocrisia e contraproducentes debates ideológicos levaram os brasileiros a esta situação e isso só poderá ser alterado se, por meio da renovação política advinda das urnas, uma remoçada geração de homens e mulheres aplicar a coragem, a honestidade, o pragmatismo e a abnegação em busca do resgate nacional.