Heróis sempre estiveram no imaginário das pessoas. No mundo real, os Bombeiros Militares são o mais próximo desse sonho que muitas crianças acalentam para sua futura profissão “quando crescerem”. A história mostra, no entanto, que a construção de uma corporação líder na confiança dos brasileiros foi feita com muitas lutas e, sobretudo, muita coragem, como relatam suas canções.
Conta o major RRm Nilo de Abreu Lima, coordenador da implantação do Museu Histórico, que, com a inauguração da nova capital, o CBDF, assim designado após a Proclamação da República, foi transferido para Brasília, e criado o do Estado da Guanabara. O Militar foi acrescido no nome da corporação com a Constituição Federal de 1988 sendo então definido como CBMDF. No dia 1º de julho de 1964, véspera do Dia do Bombeiro, chegaram o capitão Arlindo Jacarandá e o 1º Tenente Nestor Puga Wanderley, para assumir o comando da Corporação. “A situação era precária e a unidade onde todos trabalhavam recebeu o nome de Forte Apache”, lembra o Major.
O detalhe é que o grande contingente veio a pé do Rio para Brasília. A caminhada começou na manhã de 2 de junho de 1965, na Praça Mauá, e terminou no dia 27 do mesmo mês, no Eixo Rodoviário. Naquela época, os uniformes eram muito simples. No lugar dos sofisticados coturnos resistentes a altas temperaturas adotados hoje, o calçado usado era a botina com solado de couro.
O primeiro grande incêndio, entretanto, ocorreu em 1960, antes da chegada da tropa. Foi na antiga Cidade Livre, hoje Núcleo Bandeirante, quando 25 estabelecimentos comerciais pegaram fogo numa época de seca intensa. Para interromper as chamas foi necessário desmontar uma das lojas de madeira, não permitindo que o fogo se alastrasse mais. Em outro, na Churrascaria Alabama, na Asa Norte, os bombeiros tiveram que desenterrar um hidrante com pás e picaretas.
Na época, os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) eram um facão, a “faca de bombeiro”, um capacete de material duro parecido com papelão grosso, e um cinto largo de couro chamado “Cinto Ginástico”, onde havia uma argola para amarrações. O grande salto tecnológico veio em 1976, num acordo de cooperação tecnológica com os japoneses. Muitas técnicas foram revistas, novos equipamentos passaram a ser usados, a metodologia de trabalho foi ajustada e a Academia de Bombeiro Militar construída com uma área de treinamento onde estão as duas torres. A menor é chamada de Yokohama e a maior de Tókio.
Muitos heróis perderam a vida no cumprimento do dever e em outras situações, como o grave acidente entre um ônibus e a moto do Sargento Malone, instrutor da corporação. Como num filme, Malone foi socorrido por seus ex-alunos que, chocados, utilizaram tudo que com ele aprenderam e tudo de que dispunha a corporação para salvá-lo. Mas ele não resistiu.
Entre chamas, suor e lágrimas, muitas páginas vão sendo escritas, e o CBMDF reverencia e homenageia todos os civis e militares, bombeiros ou não. “A Medalha Sangue de Brasília é destinada a todos esses que compartilharam o espírito de solidariedade e compromisso com o outro”, destaca o Major Nilo. Depois do resgate de objetos, viaturas e uniformes, o Museu Histórico se prepara agora para as gravações dos relatos orais juntamente com a equipe de Comunicação Social da Corporação.
Hoje o CBMDF possui os melhores equipamentos, viaturas e profissionais formados, numa construção coletiva feita com o trabalho e a dedicação de cada um dos 9.600 militares que atualmente integram a corporação. Não há última página, pois essa história continua com os que ingressarão nas 779 vagas abertas este ano num concurso público bastante concorrido e que, diante de “labaredas que flamejam no ar num incêndio horroroso e dantesco”, honrarão o lema “Vidas alheias e riquezas salvar.”.
Serviço:
- Concurso Público para o CBMDF
- Inscrições de 18 de julho a 18 de agosto
- 779 vagas em quadros diversos de Oficiais e Praças
- Vencimentos até R$12.000,00 conforme Editais
- Atendimento@idecam.org.br
- idecam.org.br