Nas eleições de 2018, de forma ampla, verificou-se o clamor pela renovação não apenas da política, mas, principalmente, das práticas inerentes ao exercício de mandatos parlamentares. No entanto, passados pouco mais de seis meses da posse do governador Ibaneis Rocha e dos 24 deputados distritais, percebe-se que a Câmara Legislativa do DF, apesar de significativa renovação da bancada, permanece vezeira em práticas de mau uso de verba pública.
Práticas, aliás, que deveriam ser abolidas, como, por exemplo, o uso de veículos alugados, cujos gastos, no primeiro quadrimestre de 2019, já superou o mesmo período do ano anterior. Ademais, salvo honrosas exceções de um ou outro deputado, percebe-se um Legislativo local muito mais atrelado às pautas do GDF, independentemente do mérito positivo, ou não, de cada uma delas, do que com a solução de problemas efetivos da sofrida população que os elegeu.
Apesar de a política legitimamente comportar composições em prol da efetividade dos interesses públicos, o estéril extremismo ideológico, o fisiologismo, o clientelismo e as estratégias rasas de sobrevivência eleitoral – com muitos deputados priorizando simplesmente construir seu \”curral\” para 2022 – têm dominado um cenário que precisava ser de ideias e, principalmente, de soluções bem concatenadas no bojo de urgentes projetos de lei.
Isso sem falar, a reboque de negociações pouco ortodoxas (alimentadas por estranhas indicações políticas), na absoluta e persistente falta de fiscalização, pelos deputados, em relação aos atos e à gestão do Poder Executivo, o que, frequentemente, deixa o povo à mercê da malfadada ineficiência estatal, sobretudo nas áreas de saúde, segurança pública, acessibilidade e mobilidade urbana.
O fato é que o Brasil e o Distrito Federal não podem mais esperar pela boa-vontade de seus políticos, sendo necessário que estes, muito antes de um novo período eleitoral, abram mão das mordomias e da vã cortesania alimentada pelo Poder, voltando a colocar os pés no chão, a ouvir atentamente suas bases e a buscar, com pressa, soluções efetivas para melhorar a vida dos cidadãos comuns, que precisam de menos fantasia e de mais atitude.