Em novembro deste ano, o Brasil será palco de um dos eventos mais relevantes para o futuro do planeta: a 30ª Conferência das Partes (COP 30) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontecerá em Belém do Pará. A escolha da Amazônia como cenário reforça a urgência de debatermos a relação entre clima, sustentabilidade e alimentação. Sem dúvida, os sistemas alimentares estão no centro desse diálogo. Eles abrangem desde a produção, o processamento e o transporte até o consumo dos alimentos.
Atualmente, o modelo predominante está associado a impactos significativos: desmatamento, uso intensivo de recursos naturais, emissão de gases de efeito estufa e o desperdício de alimentos. Esse cenário compromete não apenas o equilíbrio climático, mas também a segurança alimentar e nutricional global.
A transição para sistemas alimentares sustentáveis é essencial para enfrentar os desafios climáticos. E essa mudança requer a promoção de práticas agrícolas regenerativas, a valorização de alimentos locais e sazonais, a redução do desperdício e o fortalecimento de dietas saudáveis.
Não por acaso, o tema ganhou destaque em conferências internacionais, como a COP 28 e continuará a ser um eixo estratégico na COP 30. Para o Brasil, a relação entre sustentabilidade e alimentação saudável é ainda mais significativa.
O país é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo, além de possuir uma rica diversidade cultural e biológica. Essa posição estratégica pode transformá-lo em líder global na promoção de sistemas alimentares que equilibrem as dimensões econômica, ambiental e social.
A dieta brasileira, baseada no Guia Alimentar para a População Brasileira, já propõe caminhos viáveis para integrar saúde e sustentabilidade. A valorização de alimentos frescos, a redução do consumo de ultraprocessados e a preservação de hábitos culturais são exemplos de ações que beneficiam tanto a saúde humana quanto o meio ambiente.
Na COP 30, espera-se que governos, organizações e a sociedade civil coloquem os sistemas alimentares na pauta das soluções climáticas. É hora de ampliar o diálogo sobre políticas públicas que incentivem a produção e o consumo responsáveis, além de fortalecer as cadeias locais e valorizar os povos tradicionais, guardiões da biodiversidade.
A Amazônia nos lembra que o que está em jogo não é apenas o futuro das florestas, mas também a sobrevivência das gerações futuras. A integração de saúde, sustentabilidade e alimentação é o caminho mais promissor para um planeta mais justo e equilibrado.
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