A Câmara Legislativa discutirá durante esta semana a proposta do GDF de extinção de sete administrações regionais. O projeto prevê a criação de seis grupos de cidades que passarão a ser administradas por um único administrador. Candangolândia, Núcleo Bandeirante e Park Way passam a ser coordenadas pelo bombeiro militar Roosevelt Vilela; Lago Norte e Varjão ficam sob a responsabilidade de Marcos Woortman; Lago Sul e Jardim Botânico terão como administrador Aldemir Paraguassu; Sudoeste, Octogonal e Cruzeiro terão o comando de Paulo Feitosa; Guará, Estrutural e SIA ficarão com Eriberto Silva; e Fercal e Sobradinho II com Estevão dos Reis. A proposta encaminhada pelo governo à Câmara Legislativa propõe uma nova divisão territorial do DF. O número de administrações regionais cairá de 31 para 24. Também regulamenta dos Conselhos de Representantes comunitários, previstos na Lei Orgânica, mas nunca criados.
ECONOMIA – O GDF economizou em janeiro 817% das despesas com pessoal e infraestrutura das administrações regionais do Núcleo Bandeirante, Park Way e Candangolândia em relação aos custos do último mês da gestão passada. Em dezembro, eram 159 servidores sem vínculo nas três regionais e até o fechamento da folha de pagamento de janeiro, as três administrações tinham nomeado apenas 13 pessoas sem vínculo.
Em nota, a Subsecretária de Comunicação informou que este número deve aumentar. “O número de servidores deve aumentar em fevereiro, já que a reestruturação das Secretarias e das administrações regionais foi publicada após o fechamento da folha de janeiro”.
A principal reivindicação dos moradores é com relação à diferença nas demandas das comunidades. Apesar da proximidade territorial, cada cidade tem uma peculiaridade. “No Park Way, por exemplo, nós prezamos muito pelas questões ambientais e pela segurança”, afirma a presidente da associação dos moradores, Gilma Rodrigues.
“O Bandeirante é a primeira cidade do DF, nosso comércio é muito forte e queremos principalmente investimentos em saúde e educação. A Candangolândia quer melhorias no trânsito”, afirma o empresário Fábio Alves. “Toda cidade luta para ter status de cidade. Não podemos perder este privilégio sem lutarmos por ele. Deixar como estar é regredir aos anos 1980”, defende o empresário Giovani Antônio.
Com as mudanças nas regionais será possível criar 450 cargos comissionados para a Polícia Militar e Bombeiros, de acordo com o governo. O objetivo é contratar servidores civis para o atendimento no Centro Integrado de Atendimento e Despacho (Ciade) e para exercer atividades administrativas. Ao todo, 400 policiais militares voltarão para as ruas e 50 bombeiros serão devolvidos aos quartéis. Mesmo com a criação dos novos cargos, o governo economizará R$ R$ 922.115 por mês, o que significa R$ 12.291.796 por ano.
A sociedade organizada das três localidades, que pelo projeto do governo passa a chamar-se Núcleo Pioneiro, está preparando um documento para entregar ao governador Rodrigo Rollemberg manifestando-se contrária à fusão das administrações regionais. Serão mais de 200 assinaturas de representantes de entidades de classe, conselhos comunitários e membros da sociedade em geral.
Depois de protocolarem o documento com as assinaturas no Palácio do Buriti, os moradores darão 72 horas para o governador se manifestar. “Caso contrário, tomaremos medidas mais enérgicas”, avisa o líder do movimento Eudaldo Alencar, presidente do Sindicato das Indústrias Mecânicas (Sindirve-DF).
Frisson na escolha do administrador
Houve questionamentos sobre o nome do administrador escolhido para o Núcleo Pioneiro. O bombeiro Roosevelt Vilela é mais ligado à Candangolândia do que às outras duas cidades. De acordo com o GDF, “foram levados em consideração características como o perfil técnico e a proximidade com as comunidades”.
“Enquanto não sai do papel a eleição para administrador, queremos alguém que tenha identificação com a comunidade. Não pode ser uma pessoa que sequer more aqui”, reclama Gilma Rodrigues, presidente da Associação dos Moradores do Park Way.
Rossevelt Vilela diz que o formato final da nova Região Administrativa não está definido e que ele está operando três RAs de nível III (com 50 funcionários cada) e considera que a fusão traz mais peso para a região. “Pretendo administrar com a colaboração da comunidade”, afirma. Ele, inclusive, oferece o número do seu celular pessoal para ter mais interação com o Park Way e o Núcleo Bandeirante.
Saiba Mais
Segundo o chefe da Casa Civil, Hélio Doyle, podem ser criadas, por emendas parlamentares, subadministações nas regionais centralizadas para atender individualmente as cidades. Desta forma, a figura do administrador local não existe, mas a cidade não deixa de ter um gestor. O objetivo é economizar com aluguel de sede das administrações, água, luz, dentre outros custos, como salários de servidores.