Um boato de que seriam derrubadas 600 árvores para a construção do viaduto na intersecção entre o Sudoeste e o Parque da Cidade causou preocupação entre os moradores do bairro. Mas a informação não é confirmada pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram) nem pela Secretaria de Obras.
O Ibram explicou que “a obra do viaduto da Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig) está em andamento. A primeira fase – o canteiro central – já foi concluída. Agora, os técnicos trabalham na topografia e no mapeamento das interferências ao longo do trajeto – árvores, postes de iluminação pública, redes de drenagem e esgoto, entre outros. Portanto, não há como precisar ainda o que vai necessitar ser removido e/ou transferido”.
Já a Secretaria de Obras refutou a informação e garante que “não serão retiradas 600 árvores. Esse levantamento ainda está sendo feito”. E acrescentou que haverá compensação ambiental. “Para cada árvore retirada, 5 novas árvores nativas devem ser plantadas no lugar. Esse procedimento é conhecido como “compensação ambiental”.
Moradores fazem abaixo-assinado
Mesmo diante dessas garantias, os moradores da 105 estão em alerta e criaram, no dia 18 de julho, um abaixo-assinado que vem percorrendo o Sudoeste recolhendo assinatura de pessoas contrárias à obra. Mas, até quinta-feira (5), eram apenas 160 signatários. No documento, eles apontam outros problemas que o complexo viário pode provocar.
“A obra compreende a transformação da Avenida das Jaqueiras numa espécie de Eixo Rodoviário para o trânsito pesado e velos. (…), bem como a inversão da área verde da quadra pelo asfalto. Isso significa impedir a livre circulação de pedestres, cadeirantes e ciclistas dentro do próprio bairro”, destaca o cabeçalho do documento.
Benefício – A servidora pública Giselle Foschetti, 51 anos, integrante do grupo de moradores refratários à obra, disse que o viaduto criará um anel rodoviário que aumentará a polução sonora e diminuirá a área verde. Mas, em entrevista ao Correio Braziliense – reafirmada ao Brasília Capital -, o secretário de Obras, Luciano Carvalho, garantiu que a construção preservará a área verde da Quadra 105.
Em nota, a Assessoria de Imprensa acrescentou que “o número de árvores retiradas será reduzido drasticamente”. Morador do Bloco I da Quadra 105 do Sudoeste, o aposentado Dilson Esteves, 59 anos, disse que é a favor da construção. “O benefício com o viaduto será maior e, mesmo assim, novas árvores serão plantadas no local”.
Funcionária de um laboratório no Sudoeste, Eliane Rodrigues, 43, também acredita que o sacrifício da perda das árvores irá compensar na fluidez do trânsito, que hoje é bastante caótico. “A gente, que dirige, é sempre a favor de melhorias no trânsito”, disse a moradora de Samambaia.
Saba +
O viaduto da Epig custará R$ 27 milhões e extinguirá os semáforos que travam o fluxo de trânsito no sentido ao Plano ou na direção inversa, para a Estrada Parque Taguatinga (EPTG). O veículo que vier do Parque da Cidade sairá direto no Sudoeste. A obra beneficiará também moradores de cidades como Guará, Vicente Pires, Taguatinga, Ceilândia e Samambaia, entre outras.
(*) Especial para o Brasília Capital