Representantes do setor empresarial de Taguatinga vão solicitar uma audiência com o governador Ibaneis Rocha para barrar a instalação de uma casa de passagem, destinada a pessoas em situação de rua, em um prédio próximo ao Cemeit (Centro de Ensino Médio Escola Industrial de Taguatinga), no centro da cidade. O impasse sobre a casa de acolhimento noticiada na edição 718 do Brasília Capital.
Segundo Hamilton Guimarães, diretor da Associação Comercial e Industrial de Taguatinga (Acit), da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-DF), os comerciantes temem que o equipamento público traga insegurança a uma região que já enfrenta dificuldades.
“O centro de Taguatinga foi muito penalizado com a obra do túnel e agora querem colocar a casa de passagem perto de um colégio. Isso seria muito ruim para o comércio e para as crianças e jovens, até porque há aulas noturnas”, avalia.
Guimarães acrescenta que a Administração de Taguatinga também foi acionada para discutir alternativas. Na sexta-feira (9), um grupo de empresários participou de um almoço, no restaurante Zezinho Carne de Sol, com o administrador Bispo Renato Andrade. “Pedimos sugestão de outros locais, que causem menos transtorno”. Uma possibilidade seria o aluguel de quartos no Pistão Norte, em local não revelado, para abrigar essas pessoas.
DROGAS – Ouvida pela reportagem, a vice-diretora do Cemeit, Elayne Carvalho, disse temer a circulação de drogas em ambiente escolar. “A partir do momento em que os alunos tiverem contato, na porta da escola, com certeza vai fazer com que fique mais fácil entrar com substâncias ilícitas. Fora que o aluno vai querer ficar lá fora, se espelhando em coisas que não são boas”, disse a professora. “A melhor solução é não instalar esse tipo de abrigo nas proximidades de nenhuma escola”, completou.
Já Bruno Duarte, representante de uma escola de qualificação profissional que ocupa parte do imóvel que receberia a casa de passagem, afirmou que sequer sabia do projeto. “Não foi passado nada pra gente, nem para o proprietário. Estamos aqui há oito meses, locamos o prédio e não sabíamos dessa possibilidade. Trabalhamos com a evolução profissional e pessoal de jovens, e essa mudança nos prejudicaria bastante”. E emendou: “Não tem como isso acontecer sem diálogo ou aviso prévio. A proposta é incompatível com o que realizamos aqui”.