Pelo que andei tentando entender (quanto verbo junto!), o empreendedorismo, sonho de consumo de quem tem uma cinquentinha e quer comprar uma Harley Davidson de alta cilindrada, também afeta a nossa classe média, que não sabe se está prestes a entrar no gráfico na cabeça da categoria A, ou se permanece como B – na melhor das hipóteses. E, na pior, se está com os pés na C, cheio de boletos para pagar sem ter como.
No último caso, não há muito o que fazer, a não ser tomar uns remédios contra a insônia e os naturais pesadelos que a falta da bufunfa no bolso provoca.
Neste momento, chega-se à encruzilhada: procurar outro emprego ou simplesmente arranjar um jeito de ganhar dinheiro sem emitir nota fiscal – e, de lambuja, se associar a alguma facção autorizada pelos órgãos competentes.
Numa palavra: virar um (a) influencer (palavra já aportuguesada, mas a lei em questão não pegou).
Mas os principais influencers não ficam postando fotos da vovó ou dos netos na rede. Na maioria das vezes, eles têm uma profissão e usam do seu prestígio para dar conselhos pros outros.
Há exceções. Neymar, por exemplo, tem uma profissão que não pratica e é um dos mais seguidos no Brasil. Chegou-se ao ponto que um deles, influencer de raiz, ficou bilionário e agora quer monetizar a Prefeitura de São Paulo.
E isso não tem jeito de deletar.