No dia 7 de agosto de 2014, a Praça do DI, em Taguatinga, perdia um de seus pontos de encontro mais tradicionais: a pista de skate. Antônio Sabino, administrador da cidade à época, atendeu ao pedido de moradores e comerciantes que reclamavam da “bagunça” dos skatistas, e mandou demolir o equipamento. A mobilização dos praticantes, porém, fez o governo se arrepender da ação e prometeu construir outra pista.
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O skatepark do DI era o mais antigo de Taguatinga. Frequentadores mais antigos da praça contabilizam que durante 30 anos a pista era usada como ponto de encontro por praticantes de todo o DF. Dois dias após a trapalhada, a administração anunciou que construiria uma nova pista. E esta teria, além de instalações mais modernas, bebedouro, iluminação, banheiro e acesso controlado. Teria. Até hoje o projeto não saiu do papel. Á época, chegou-se a executar o estudo topográfico da área para a construção do novo skatepark.
De acordo com a administração de Taguatinga, a área da pista de skate da Praça do DI encontra-se sub-júdice. Antes de executar um novo processo licitatório ou de firmar uma parceria público-privada (PPP) para construir a nova pista, é necessário aguardar as decisões, julgamentos e recomendações do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Há uma suspeita no TCDF de prática não compatível aos princípios da administração pública no caso da pista de skate da Praça do DI. A denúncia, que ainda está tramitando no Tribunal, mostra que o skatepark havia passado por uma reforma ao custo de R$ 146 mil pouco mais de dois anos antes da destruição, o que caracteriza que a pista não estava abandonada nem era passível de demolição.
Ítalo Almeida era frequentador assíduo da pista da Praça do DI. Após a demolição, desistiu do esporte e agora anda de skate apenas pelas ruas da cidade. “De vez em quando”, esclarece. Os antigos frequentadores da praça estimam que 70% dos skatistas que usavam o skatepark do DI desistiram do esporte. “Os 30% que continuam praticando estão indo para Águas Claras”, afirma Ítalo.
Comércio
O prejuízo também chegou ao comércio da Praça do DI. Hugo César, gerente de uma loja de skate, estima que as vendas caíram 60% após a destruição do skatepark. “Antes, as pessoas reclamavam dos skatistas. Agora, a praça só é frequentada por moradores de rua e drogados. Será que eles preferem este abandono em vez do skatepark?”,questiona Hugo.
Há um ano, Hugo foi um dos organizadores da manifestação dos skatistas em frente à administração de Taguatinga, quando a regional prometeu que, além da reconstrução da pista da Praça do DI, seria feita outra no Taguaparque. A pista do Taguaparque, porém, é da modalidade street, explicam os skatistas. Quem pratica a modalidade vertical, em Ralf Pipe, continua sem local para andar de skate.
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