Depois de chamar a cantora Ludmilla de ‘macaca’, o apresentador Marcão do Povão foi demitido, na quarta-feira (19), da TV Record. Marcão do Povão teve uma passagem relâmpago e polêmica por Brasília. Contratado em agosto de 2016 para substituir Henrique Chaves no comando do telejornal vespertino Balanço Geral, o apresentador incomodou muita gente e acumulou vários processos em seis meses na emissora da Igreja Universal.
As principais polêmicas de Marcão do Povão foram relacionadas a injúria racial e homofobia. Nas primeiras semanas à frente do Balanço Geral, chamou o ator Mickey Rourke de “bichinha”, ao vivo, ao comentar uma imagem do americano passeando com um cachorro. Disse, ainda, que a filha de Gretchen, Tammy, “agora queria ser macho”. “Tinha que ter nascido com o negocinho e agora quer mudar”, comentou.
Marcão foi demitido depois de ofender a cantora Ludmilla. O ex-âncora chamou a funkeira de ‘pobre’ e ‘macaca’ durante a apresentação do quadro “A Hora da Venenosa”, quando comentou uma notícia sobre a artista. Logo após o comentário, ele tentou consertar: “Eu sempre falo para os meus amigos: eu era pobre e macaco também. Eu era não…eu sou rico hoje, de saúde, graças a Deus”. A tentativa, porém, foi em vão. Dois dias depois acabou demitido.
Antes de chegar a Brasília, o presentador usava o codinome de Marcão Chumbo Grosso. Na capital, porém, não deixou de fazer comentários do tipo “bandido bom é bandido morto”, além de críticas à polícia, principalmente a Civil. O Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-DF) chegou a lançar moção de repúdio à conduta do âncora. Em uma das notas à imprensa sobre Marcão, o Sinpol afirmou que certa notícia do programa havia sido publicada “de forma sensacionalista, inverídica e desrespeitosa” por parte do apresentador.
Como Marcão não foi demitido, o Sinpol voltou a se pronunciar. “Lamentavelmente, esse comportamento do apresentador é corriqueiro. Não é novidade vê-lo fazer declarações de cunho racista, preconceituoso e machista durante o programa que apresenta diariamente”, dizia uma nota do Sindicato.
Ibope – Marcão foi contratado a peso de ouro pela TV Record, e deu certo por um período. Com sua chegada, a audiência do Balanço Geral DF cresceu em mais de 40%, deixando a emissora em segundo lugar isolado no ibope, atrás apenas da Globo. Antes da Record, ele trabalhava na filial da Band em Goiânia.
Além das polêmicas na TV, o controverso apresentador também já foi investigado pelo Ministério Público Estadual de Tocantins quando era deputado estadual suspeito de ligação com a máfia dos caça-níqueis na região. Em 2010, teve os direitos econômicos cassados por três anos, acusado de abuso de poder econômico. Segundo a Justiça Eleitoral, Marcão mandou imprimir 55 mil jornais com seus feitos em Gurupi (TO).
Ao se despedir dos colegas da Record Brasília, triste, Marcão afirmou: “Jamais faria o que estão dizendo sobre mim”. E agradeceu o apoio de sua equipe.
Em nota, a Record lamentou os \”transtornos causados à cantora Ludmilla, sua família e seus fãs motivados por um comentário feito pelo apresentador Marcão, do Balanço Geral\”. A emissora ressaltou que \”repudia atos dessa natureza\”, e afirmou que \”este tipo de conduta não está na linha editorial\” do jornalismo da Record.
Resposta – O apresentador se retratou na quinta-feira (19) em entrevista por telefone a um programa da Rádio Gaúcha. Ele disse que usou uma expressão regional e foi mal interpretado. \”O que é racismo? Eu não cometi nenhum ato de racismo. No aniversário da minha filha, eu dancei a música da Ludmilla. Se eu tivesse citado uma pessoa branca, não tinha nada disso. O problema é que as pessoas editaram o vídeo da forma que quiseram para denegrir a minha imagem. Nós que fomos criados no interior do Centro-Oeste falamos isso\”, disse.
document.currentScript.parentNode.insertBefore(s, document.currentScript);