Durante um mês, Brasília se transformou. A ideia de ser uma cidade cosmopolita nunca foi tão verdadeira como na Copa do Mundo de 2014. A Esplanada dos Ministérios, a Torre de TV, o Pontão do Lago Sul e outros pontos turísticos foram tomados por colombianos, argentinos e franceses, entre outros. A capital acabou eleita uma das cidades sedes mais bonitas e limpas. Os turistas prometeram voltar. Mas, um ano depois do megaevento, a expectativa de diferentes setores, como o hoteleiro e o gastronômico, não foi atendida. A maior obra, o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, chama a atenção de quem passa, mas o governo diz que não tem condições financeiras de sustentá-lo.
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Segundo a Secretaria de Turismo do DF, no período do Mundial, 632.646 turistas passaram por Brasília. Do total, 488.903 vieram de estados brasileiros e 143.743 tiveram origem internacional. Os números superaram a expectativa projetada pelo Ministério do Turismo, que era de 490.929 visitantes. Dados do Observatório de Turismo do DF revelam que o fluxo de entrada na capital aumentou desde 2012. Ao comparar as taxas de desembarques nacionais e internacionais no Aeroporto de Brasília em 2014 e de 2015, nota-se a diferença. No ano passado, somando voos nacionais e internacionais, o total foi de 279.992. Este ano, a marca chegou a 449.333. Segundo informações da Inframerica, concessionária responsável pelo terminal, o mês de janeiro de 2015 bateu recorde de movimento: 1,8 mil passageiros.
Apesar de o aeroporto registrar o crescimento, quem trabalha com turismo na capital, como hotéis, feirantes e restaurantes, não confirma as vantagens de a cidade ter sediado jogos da Copa do Mundo. “De legado, tirando o estádio, que é visível, o restante a gente não vê. Houve um incremento na quantidade de número de quartos. A média de ocupação atingiu 65%, mas não foi de 100% como imaginado. Passado o evento, voltamos para a média normal, de 45%”, explica o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar-DF), Jael Antônio da Silva.
Na avaliação dele, um dos principais problemas da cidade é o transporte. A técnica de enfermagem Débora Guimarães de Farias, 29 anos, veio de Goiânia para passar um dia na capital e concorda. “Se não tivesse vindo de carro não teria conhecido metade do que conheci. Não tem referência de ponto de ônibus. A comunicação visual é falha. Tive que me informar com um primo antes”, conta.
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