Francisca Rocha
Em vez de melhorar a mobilidade, a obra do túnel no centro de Taguatinga transformou-se num gargalho onde se espremem veículos e pedestres. Passagem obrigatória para moradores de Ceilândia e Samambaia que trabalham no Plano Piloto, a cidade sofre com os transtornos diários causados pelas mudanças no trânsito. A entrega do túnel, prevista para junho, foi adiada pelo GDF para, no mínimo, dezembro.
Segundo o secretário de Obras, Luciano Carvalho, a passagem não pode ser liberada porque não estão prontos o sistema de incêndio e segurança (ventilação). Temendo desgaste político e perda de votos devido ao atraso, o GDF organizou um “teste do túnel”, no sábado (24). O “mergulho” foi apenas para convidados. Mas, a partir de segunda-feira (26). a população percebeu que nada mudou.
“Esta obra começou em 2020 e só trouxe transtornos para quem mora aqui ou frequenta Taguatinga. A entrega já foi adiada várias vezes e, de repente, fazem toda esta movimentação. Isto é só para o governador, que é candidato, dizer que o túnel está terminando. Esta manobra não me engana”, avalia a vendedora Vitória Ribeiro.
O funcionário público João Batista Marques acusa o governo de prejudicar o comércio do centro de Taguatinga. “O GDF está querendo aparecer. Gasta milhões com uma obra que não acaba nunca e não se preocupa com a saúde. Os hospitais não têm médico, material para cirurgia e exames. O governo não se preocupa com as pessoas. Só quer votos. É uma vergonha. Essa visita ao túnel não passa de um showzinho para os eleitores”, diz ele.