A História é mesmo feita de eventos que a maioria das pessoas (nem a minoria) não consegue compreender. Olha só este levantamento feito pela repórter Natália Santos, na Folha: R$ 8,4 milhões foram injetados nas campanhas municipais deste ano.
De onde a grana veio? De CPFs e CNPJs de pessoas e empresas infratoras ambientais.
Voltemos à repórter, pois além de infratores de primeira viagem, um terço de quem solta o cobre já foi autuado pelo Ibama.
E, digamos, fato curioso neste levantamento: um desses infratores, aqui pertinho daquela cidade que recebe as bênçãos do rio Paracatu – e bom de pescaria, segundo dizem –, um camarada foi multado em R$ 26 mil. Para ficar de bem com a vida tranquila no interior mineiro, repassou R$ 328 mil para seu candidato.
A prenda, em conta feita à mão – Natália fez essa conta –, a bufunfa da doação representa 12 vezes mais do que a multa.
Tudo bem. A lei eleitoral do Brasil não proíbe que pessoas autuadas por qualquer órgão federal forneçam um bom capital a seus candidatos. Nada de especulações, mas esta é uma forma de garantir que mais na frente – quem sabe? – o beneficiado possa dar uma ajudinha pra manter o patrimônio do doador cada vez mais cheio de terras, cabeças de gado, plantação de sementes preciosas em reservas naturais.
Mas, cá pra nós: não seria mais econômico pagar o que deve? Pelo menos ficava com a ficha limpa.