O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu três propagandas do candidato Aécio Neves (PSDB) nesta terça-feira (21), em mais um capítulo do combate ao “baile do risca faca”. A expressão, usada pelo presidente da corte, Dias Toffoli, é uma ironia à onda de ataques pessoais mútuos feitos por Dilma Rousseff (PT) e Aécio na campanha eleitoral. Desde a semana passada, o TSE ficou mais rígido na análise das propagandas.
Hoje, o ministro Herman Benjamin suspendeu a propaganda tucana que insinua que José Dirceu, o ex-ministro da Casa Civil condenado por corrupção no julgamento do mensalão, vai voltar num eventual novo governo de Dilma. Ele também suspendeu a peça que diz que “Dilma e o PT estão fazendo a campanha mais baixa, agressiva e mentirosa de toda a história recente”. A peça ainda diz que “Aécio é o Brasil sem medo do PT”.
Para o ministro, as duas propagandas não têm tom propostivo, mas apenas de ataques pessoais aos candidatos. “Além de ser elaborada em tom jocoso, é vazia de conteúdo propositivo”, afirmou Benjamin, em relação à peça que chama Aécio de “Brasil sem medo do PT”.
Também hoje os ministros Tarcísio Vieira e Admar Gonzaga suspenderam inserções no rádio e na TV que usam uma entrevista concedida por Dilma em 2009, na qual ela faz elogios a Aécio. Para a campanha petista, foram usados “artifícios para tecer elogios” ao tucano, utilizando-se áudio “descontextualizado” para “confundir o eleitor”.
Da mesma forma que Benjamin, Vieira e Gonzaga reclamaram do uso das críticas e da falta de propostas para o eleitor. Eles disseram que os novos padrões de rigor do TSE não aceitam o tipo de ataque. “A propaganda contestada se mostra em desacordo com os novos parâmetros, considerado o seu caráter não propositivo”, disse Gonzaga.