Se os Democratas passam por uma clara crise de renovação, o problema dos Republicanos se deve a uma “renovação indesejada”. Depois de oito anos do partido Democrata na presidência, os Republicanos, cientes de que o eleitorado americano historicamente preza pela alternância de poder, avaliaram que esta eleição os levaria novamente à Casa Branca. Desde o desfecho da II Guerra Mundial, jamais o partido democrata ficou três mandados seguidos na presidência, se Hillary vencer, será a primeira vez em 70 anos.
Diante disso, o partido Republicano iniciou esta eleição com um número recorde de pré-candidatos. Ao passo que pudemos acompanhar Hillary debatendo com o surpreendente Bernie Sanders durante toda a prévia dos democratas; do outro lado, Trump prevaleceu sobre nada menos do que dezesseis presidenciáveis republicanos. Dentre eles nomes como Jeb Bush, filho e irmão de ex-presidentes; o jovem senador da Flórida e preferência do partido, Marco Rubio; o ultraconservador ligado ao “Tea Party” e senador do Texas, Ted Cruz; e o moderado governador de Ohio, John Kasich.
Mesmo contra a máquina do partido, Trump impôs sua candidatura. Há cerca de um ano, ninguém apontava que o bilionário realmente poderia ser o candidato oficial dos Republicanos. Da mesma forma, ele passou desacreditado na maior parte destas eleições contra Hillary. Não obstante, nesta reta final, sobretudo pelos novos escândalos do “hillary leaks”, envolvendo os e-mails da ex-secretária de Estado, Trump se aproximou nas pesquisas, inclusive em algumas aparece empatado e mesmo na frente. Hilary Clinton continua favorita, mas o resultado nunca esteve tão aberto. Imaginem, e se Trump ganhar?
*Professor de Relações Internacionais da ESPM, Pedro Costa Junior
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