O bilionário republicano Donald Trump, 70, derrotou a democrata Hillary Clinton, 69, e se elegeu, na terça-feira (8), presidente dos Estados Unidos para os próximos quatro anos. O resultado contrariou pesquisas e expectativas no mundo todo. Trump alcançou 276 delegados, seis a mais que os 270 necessários para vencer no Colégio Eleitoral americano. O Partido Republicano, além de eleger o presidente, obteve maioria na Câmara e no Senado.
A vitória do candidato que marcou sua campanha por um discurso ultraconservador impactou imediatamente a bolsa de valores de Tóquio, que estava operando no horário em que foi anunciado o resultado, e repercutiu na Europa, onde as bolsas abriram em forte queda. Ao final do mesmo dia a situação foi se normalizando, mas a moeda mexicana teve perda significativa, ultrapassando a barreira dos 20 pesos por dólar, maior queda desde a Crise da Tequila, em 1994.
A insegurança cresceu diante da possibilidade de construção de um muro na fronteira com os EUA, prometido por Trump. Em vários estados, o medo da deportação levou milhares de pessoas às ruas. O Brasília Capital colheu dois depoimentos emocionantes dos estudantes Leslie Rodrigues e Joe Vital, que também enviaram imagens das manifestações de participaram sob o mote “Fora Trump”.
Ódio esmaga a esperança
Nos dias 9 e 10 de novembro, durante o intervalo para o almoço, tivemos uma hora para mostrar os nossos sentimentos e gritar \”Fora Trump\”. As pessoas reunidas choravam a cada discurso. Muitas começaram a se abraçar e chorar mais e mais. É um momento muito difícil para homossexuais, imigrantes, mulheres, pessoas de cor. Para todos.
Muitos, entre os quais me incluo, falam que não se sentem seguros na faculdade. É muito difícil me sentir segura, especialmente quando vejo alguém com um boné da campanha do Trump. Algumas dessas pessoas, em tom de ameaça, me aconselharam a voltar para o meu país. Elas não reconhecem que este é o meu país também.
É muito difícil ficar sem esperança do futuro, porque não tenho certeza de que continuaremos a ter esperança com tanto ódio no meu país.
Leslie Rodriguez, estudante da St. Olaf College em Northfield, Minnesota, filha de migrantes mexicanos
Pedido de clemência à polícia
Na quinta-feira (10), ocorreu uma manifestação contra o resultado da eleição. Obviamente muitos estão bravos e não consideram Donald Trump como o novo presidente. Eles ocuparam a rua Interstate 94, uma mais usadas no estado, e, sentados no chão, gritavam para a policia não tomar atitudes extremas contra eles. Felizmente, a policia agiu com tranquilidade.
Joe Vital, estudante da Universidade de Minnesota (EUA)
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