Num período de transição nos governos federal e estaduais, com a eleição de novo presidente da República e novos governadores, o publicitário baiano João Silva, um dos maiores criadores de marcas do Brasil, alerta para uma forma comum de desperdício de dinheiro público comum no País: a troca de marcas institucionais.
Diretor da agência Maria, João Silva diz que existem dois aspectos que deveriam ser levados em consideração pelos futuros governantes: a economia de dinheiro público e a compreensão do valor agregado que uma marca carrega. “Nos países desenvolvidos, o brasão, a marca do país, de um estado ou de uma cidade são os mesmos durante décadas, séculos. Isto representa economia para os cofres públicos e fixação de um conceito que fortalece, por exemplo, o turismo local”, avalia.
João Silva cita gastos que são feitos, com a mudança de marca – substituição de todo o material do Estado, como papelaria, uniformes, placas, adesivos, entre outros. “É recurso de impostos pagos pelo cidadão que vai para a lata do lixo”, diz ele.
Além de considerar “pouco inteligente” este tipo de iniciativa, João Silva entende a substituição de uma marca, “por pura vaidade pessoal” do governante recém-instalado, “um desrespeito aos cidadãos que pagam impostos”.
Segundo ele, o dinheiro gasto com a troca de marcas seria muito melhor aplicado, por exemplo, numa campanha publicitária institucional para atrair turistas. “Quem agir assim já chegará ganhando o respeito dos cidadãos”, aposta.